“Emily in Paris” é um sucesso em Portugal, mas não convenceu os franceses

A SÉRIE "EMILY IN PARIS" É ACUSADA DE SER SEXISTA, DE ESTAR RECHEADA DE CLICHÉS E DE PINTAR OS FRANCESES DE FORMA MUITO POUCO ABONATÓRIA. POR CÁ FOI UM SUCESSO

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Estreou a 2 de outubro e tornou-se, quatros dias depois, na série mais vista em Portugal.
Apesar de ter o nome da capital francesa no título, “Emily in Paris” não convenceu os franceses e está a ser alvo de várias críticas: é acusada de ser sexista, de estar recheada de clichés e de pintar os franceses de forma muito pouco abonatória.

O retrato cultural que a série faz de Paris e dos seus habitantes não está a agradar os franceses, segundo o “The Guardian”. Vamos perceber porquê. On y va!

“Emily in Paris” foi criado por Darren Star, a mente responsável por “O Sexo e a Cidade”, e conta-nos a história de Emily (Lilly Collins), uma jovem norte-americana que chega à cidade do amor para o seu emprego de sonho, numa empresa de marketing.



Pelo meio da história, vemos Emily a “desfilar” com roupas irreverentes, pelas ruas de Paris, muito ao estilo de Carrie Bradshaw, a lidar com a barreira linguística - não fala francês - com novas amizades e um novo interesse amoroso.


Até aqui tudo bem, não fosse a chegada da protagonista à empresa sugerir uma perspetiva pouco calorosa dos franceses. Emily fica frustrada ao não ser bem recebida pela sua nova chefe e colegas. “Os franceses são descritos como arrogantes e mesquinhos quando, na verdade, esta jovem americana chega a pensar que lhes vai ensinar como funciona a vida” escreve o The Hollywood Reporter.

Com um emprego de sonho, a vida de Emily em Paris também não fica aquém. Tem um guarda-roupa de luxo, frequenta restaurantes e cafés famosos e ainda vai a vários espetáculos, passado a perspetiva de que é um estilo de vida fácil de alcançar em Paris.



Com a missão de levar também uma perspetiva americana para a empresa, a série mostra uma Emily a julgar a cultura francesa com base na constante comparação com o seu próprio país. Como no episódio em que a jovem ensina um chefe de cozinha a preparar carne, porque “nos Estados Unidos é assim.”


E parece que há um grande fascínio dos franceses pelos norte-americanos, uma vez que todos os homens que passam pela vida de Emily, em França, se sentem atraídos por ela.

A trama cria ainda algumas piadas em torno da língua francesa, da forma de trabalhar dos franceses e da sua personalidade.

No campo dos clichés, temos uma Emily a comer sempre croissants, franceses com uma postura “blasé”, arrogante e preguiçosa, o uso excessivo de boinas e cigarros, como se em Paris todas as pessoas usassem boina e se comportassem desta forma. “A série dá uma ideia completamente errada de Paris, como se a cidade fosse toda sobre moda, romance e croissants” escreveu um crítico no site AlloCiné.



Mas nem tudo é mau. Apesar das críticas, também há elogios. Apesar de a história não ter agradado à maioria dos franceses, está a ser um sucesso noutros países, como em Portugal.

E uma coisa é certa: os figurinos, o cenário e a fotografia da série não ficam indiferentes aos espetadores. Apesar de mostrar muitos estereótipos e uma personagem perfeita com uma vida perfeita, “Emily em Paris” é uma boa série para quem quer descansar o cérebro do dia a dia.




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