Ordem dos Médicos abre processo contra “Médicos pela Verdade”

OS "MÉDICOS PELA VERDADE" ESTÃO CONTRA O USO GENERALIZADO DE MÁSCARAS E A TESTAGEM E ISOLAMENTO DE DOENTES ASSINTOMÁTICOS

Madalena Costa
Madalena Costa


Nos últimos meses da pandemia, nasceu um movimento intitulado de “Médicos de Verdade”, que coloca em causa muitas medidas de restrição impostas pelo Governo, como a utilização de máscara de forma generalizada e a testagem e o isolamento de doentes assintomáticos.


No entanto, a negação da gravidade do vírus e dos efeitos que tem na população pelos “Médicos de Verdade” levou a Ordem dos Médicos a abrir um processo contra este movimento. Assim, as “informações, denúncias, documentação e queixas relacionadas» com esse movimento «e com as ideias por ele propagadas” vão ser investigadas e escrutinadas, tal como avança o Observador.


Na altura da apresentação do movimento “Médicos pela Verdade”, em agosto, um dos fundadores realçou que o “objetivo” passava por “juntar os médicos que estão descontentes com o discurso oficial, que decorre em paralelo com a realidade”. A partir daí, os vários médicos de diversas especialidades, que se juntaram ao movimento, têm utilizado as redes sociais para divulgar as suas ideias, mas também o fazem na imprensa, em forma de artigos de opinião.


Não é só a Ordem dos Médicos que mostra preocupação com as opiniões e ideias contrárias àquilo que tem sido difundido sobre a gravidade da pandemia. Também já no Facebook circula uma carta dirigido à Ordem dos Médicos, onde se alerta para o «perigo» do movimento e das ideias por ele defendidas. O Observador avança ainda que, desde o início do movimento, em agosto, a Ordem dos Médicos recebeu várias queixas contra a informação difundida.


Para os vários elementos do movimento, o processo aberto pela Ordem dos Médicos é visto "de forma positiva" já que, a partir de agora, vão ouvir-se as duas partes.


"Vejo isso como extremamente positivo no sentido de haver um escrutínio daquilo que as pessoas dizem e fazem. Todos os que têm uma opinião contrária estão sujeitos a um certo escrutínio" afirmou um dos médicos do movimento, Joaquim Sá Couto, ao Observador.




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