A partir de um inquérito lançado pela EMEL, as redes sociais insurgiram-se contra uma pergunta inicial que questionava o género de quem respondesse.


Em vez das opções “Homem”, “Mulher” e “Outro”, que são comuns neste tipo de questionários, constavam as opções “Homem cisgénero”, “Mulher cisgénero”, “Homem transgénero” e “Mulher transgénero”.

Trocado por miúdos, cisgénero significa que o sexo atribuído à nascença coincide com a identidade de género enquanto transgénero é o oposto, ou seja, indica que o sexo atribuído à nascença não coincide com a identidade de género.


Ora, perante estas opções, houve quem não tivesse percebido a razão de se estar a questionar o género de alguém num inquérito sobre hábitos de mobilidade e motivações para a utilização de diferentes opções de transporte, com foco para o uso da bicicleta, em Lisboa.


Muitos cidadãos escreveram nas redes sociais o motivo pelo qual não concordavam com a questão, uma vez que a utilização de bicicletas, em Lisboa, em nada está relacionada com o facto de se ser cisgénero ou transgénero.





Perante a polémica que se criou à volta deste inquérito, a EMEL, em declarações ao “Diário do Distrito”, esclareceu que “a decisão de desagregar as opções de resposta, para além das opções clássicas Homem/Mulher, (...) visa a promoção de recolha de dados mais finos que permitam identificar eventuais fatores de desigualdade no acesso e uso dos diferentes modos de transporte”.


A empresa de mobilidade e estacionamento de Lisboa acrescentou ainda que o questionário foi avaliado pela Comissão para a Igualdade de Género, que deu um parecer positivo às questões relacionadas com o género tendo em conta os objetivos do inquérito.


Apesar das críticas, a EMEL avançou que o inquérito já conta com mais de 400 respostas.