É uma descoberta inédita e feita por cientistas portugueses que promete uma nova forma de tratamento para um dos cancros mais letais, o cancro do pâncreas. Uma esperança, uma luz ao fundo do túnel, para todos os que sofrem com esta doença.


Os investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), da Universidade do Porto, descobriram uma forma de impedir a comunicação entre células estaminais cancerígenas e outras células do tumor pancreático, para que não haja, assim, a progressão da doença.

Trocando por miúdos: os cientistas descobriram que, no cancro do pâncreas, as células estaminais cancerígenas comunicam com as outras células do tumor ordenando-lhe para que o tumor cresça e resista à quimioterapia.

E esta comunicação entre células é feita através da secreção de vesículas extracelulares, que contém uma proteína, a ‘Agrin’, que, “quando enviada às outras células, impulsiona o tumor a crescer e a vencer as adversidades, como a quimioterapia”, explicam os investigadores no estudo publicado na revista Gut.



Com este dado importante, os investigadores conseguiram, com recurso a moléculas, inibir a comunicação entre células, travando assim a progressão do tumor. Toda esta investigação foi feita com amostras de tumores pancreáticos de doentes do Centro Hospitalar Universitário de São João.


Esta conclusão torna-se assim numa esperança para o tratamento do cancro do pâncreas e numa segunda oportunidade para aqueles que se encontram num estado avançado da doença. Segundo os dados, citados pela agência Lusa, em Portugal, surgem, todos os anos, 1800 casos de cancro do pâncreas. E tudo indica que este é o tipo de cancro mais mortífero. Apesar de ser uma doença que afeta sobretudo idosos, tem vindo a verificar-se um aumento em idades mais jovens.

É, por isso, uma conquista para o mundo da ciência e que poderá vir a fazer a diferença na vida de muitas pessoas.