O olho humano consegue ver cerca de um milhão de cores, uma vez que possui células na retina - designadas por cones - responsáveis pelo reconhecimento das cores.


Metade da população mundial possui três tipos de cones – são chamadas de tricromáticos – e, por norma, veem com melhor facilidade os azuis, violetas, verdes e vermelhos.



Mas também há quem tenha apenas dois tipos de cones. Estima-se que um quarto da população – tal como os cães – seja dicromático e, por isso, tendem a vestir cores mais escuras.


Um caso mais raro, são as pessoas tetracromáticas, tal como as abelhas. É uma condição que afeta apenas as mulheres. Têm quatro tipos de células recetoras da cor e custa-lhes um pouco olhar para a cor amarela.


As cores são formadas a partir de três luzes primárias: verde, vermelho e azul. As misturas entre estas luzes formam todas as cores que conseguimos ver. No entanto, algumas misturas não são reconhecidas pelo olho humano.

As cores proibidas


Tenta imaginar um verde avermelhado, ou um azul amarelado - não é o verde que se obtém quando se mistura estas duas cores, mas um tom semelhante ao amarelo e ao azul.

Não consegues imaginar? Embora estas cores existam, provavelmente nunca as viste. Verde avermelhado ou azul amarelado são as chamadas cores proibidas. Estas frequências de luzes, quando misturadas, anulam-se no olho humano, daí não conseguirmos vê-las em simultâneo.



Sabemos que ao misturar duas cores gera-se uma terceira cor, e não uma fusão dessas duas cores. Quando juntamos verde com vermelho, por exemplo, o resultado que vemos é uma espécie de castanho, e não uma cor nova.


Porque não conseguimos ver as cores proibidas?


Esta limitação está relacionada com a forma como percebemos a cor em primeiro lugar. As células da retina são ativadas quando recebem a luz vermelha, e essa onda diz ao cérebro que estamos a ver algo vermelho.

Estas mesmas células são inibidas quando recebem a luz verde, e a ausência de atividade indica ao cérebro que estamos a ver verde. O mesmo acontece com as cores azul e amarelo.

Em 1983, os cientistas Hewitt Crane e Thomas Piantanida tentaram fazer o impossível e encontrar uma forma de ver as cores proibidas.

Com recurso a uma tecnologia de rastreamento ocular, os cientistas colocaram duas faixas de papel vermelho/verde e azul/amarelo à frente dos olhos dos voluntários. Ao fim de algum tempo, eles começaram a ver as linhas entre cada cor a desaparecer e a ver uma nova cor – resultado da fusão entre as cores proibidas. No entanto, os voluntários não conseguiram descrever a nova cor que estavam a ver.


Existe ainda a barreira da língua. Como há cores que nunca vimos, não conseguimos descrevê-las. Por exemplo, os esquimós conseguem descrever dezenas de tipos de branco que a neve tem.

A forma como percecionamos a realidade é única e intrínseca a cada um de nós.