O stress é a doença do século XXI. O ritmo das nossas vidas é alucinante e, por vezes, é difícil de processar toda a informação que recebemos e de gerir todas as nossas emoções. Fomos obrigados a confinar, a adaptar as nossas prioridades e a arcar com outras responsabilidades, o que nos deixou mais apreensivos e stressados.


Agora, chegou o desconfinamento e com ele veio a "nova normalidade" que também pede uma nova adaptação da nossa parte. O regressar à vida que deixámos em pausa, antes da pandemia, pede tempo e reflexão e pode gerar também alguma ansiedade.


O stress é uma causa de todos e aprender a lidar com isso permite-nos aproveitar aquilo que a vida tem para nos dar. Que é muito. Nunca tivemos tantas oportunidades como hoje em dia.



Já alguma vez pensaste onde ficam alojados o stress, a pressão e a ansiedade no nosso cérebro? Cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, poderão ter encontrado a resposta a esta questão.


Neste estudo participaram 60 adultos saudáveis, a quem foram mostradas um conjunto de imagens que pudessem ferir as suas suscetibilidades, com o objetivo de gerar stress, alternadas com imagens neutras para os ajudarem a relaxar.

Durante este teste, a atividade cerebral dos participantes foi medida e foi-lhes também perguntado o que sentiam com cada imagem.

Depois de avaliados os resultados, os cientistas verificaram que, ao serem mostradas as imagens perturbadoras, as conexões neurais, oriundas do hipocampo, atingiram não apenas áreas do cérebro associadas a respostas fisiológicas ao stress, mas também o córtex frontal lateral dorsal, uma secção do cérebro responsável por altas funções cognitivas e regulação das emoções.

Quando as conexões neurais entre o hipocampo e o córtex frontal eram mais fortes, os indivíduos revelaram estar menos stressados com as imagens.



Nesta imagem, as linhas vermelhas mostram conexões com o hipotálamo, que preveem níveis mais altos de stresse. As linhas azuis representam conexões com o córtex frontal lateral dorsal e baixos níveis de stresse.


"Estas conclusões podem ajudar-nos a adaptar a intervenção terapêutica a vários níveis, como aumentar a força das conexões do hipocampo ao córtex frontal ou diminuir a sinalização para os centros de stresse fisiológico" disse um dos investigadores.

A saúde mental é cada vez mais objeto de estudo. Tentar perceber como funciona o cérebro e a mente humana pode ajudar a salvar muitas vidas. Este é um tema que nos engloba a todos.