Estima-se que em Portugal existam 500 mil homens daltónicos. No mundo, os números mais recentes da Pordata, apontam para 5 milhões de homens que sofrem de daltonismo. Esta é uma condição mais frequente nos homens – 10% nos homens e apenas 0,5% nas mulheres – e a diferença está relacionada com a genética.


Ora, a ciência diz que o gene associado a esta doença localiza-se no cromossoma X. Os homens apenas possuem um desses cromossomas, enquanto as mulheres possuem dois cromossomas X, pelo que, mesmo que um deles apresente o gene da doença, este será compensado pelo outro. Daí ser mais frequente nos homens.

A dificuldade ou mesmo incapacidade em distinguir cores parece aos olhos dos outros um não problema, mas esta condição afeta a vida de muitas pessoas e, em casos extremos, impede-as de serem autónomas.

Lisboa é agora a primeira cidade no mundo a ter semáforos de peões para daltónicos com base no código ColorADD.

O que as pessoas vão ver é, a par das luzes vermelha ou verde, símbolos discretos que, para os daltónicos, farão uma grande diferença na sua vida. Um daltónico pode demorar até 90 segundos a perceber que está verde, através das posições dos semáforos, e que pode avançar, segundo explica Francisca Ramalhosa, administradora da EMEL, ao Jornal de Notícias.



Foram escolhidas, para já, quatro passadeiras no centro de Lisboa, mas o objetivo é chegar ao Porto, Amadora, Loures, Madrid, entre outras cidades do mundo, e aplicar também este sistema aos semáforos para condutores, segundo o Jornal de Notícias.


O ColorADD foi criado em 2008 pelo designer gráfico Miguel Neiva e veio revolucionar a vida dos daltónicos. O ColorAdd apoia-se nas cores primárias (Ciano, Magenta e Amarelo) e nas cores secundárias que se podem formar a partir destas. A cada cor corresponde um símbolo representativo, que são fáceis de decorar e de aplicar diariamente. Este código está em 135 países e é uma das invenções portuguesas que revolucionaram o mundo.