Dia 25 de Novembro, para encerrar a primeira fase da eleição da "Maior banda pop portuguesa de todos os tempos", reunimos no auditório da RFM 3 membros de grandes bandas a votação e o manager de alguns dos músicos atualmente com maior sucesso.
Este foi o segundo RFM Sumeet sob o tema “Bandas: uma espécie em vias de extinção?”, moderado por Daniel Fontoura com Teresa Lage e em que tivemos o prazer de ouvir as histórias e opiniões de Miguel Cristovinho dos D.A.M.A., uma das bandas de maior sucesso dos últimos anos, Rui Pregal da Cunha dos Heróis do Mar, o grupo que, nos anos 80, marcou e mudou a história da música em Portugal, Tó Zé Brito, intérprete, compositor, produtor, editor, atual administrador da Sociedade Portuguesa de Autores e membro de bandas como os Gemini, Quarteto 111, Green Windows, Pop Five Music Incorporated e ainda Pedro Barbosa, manager de músicos como Miguel Araújo, Bárbara Tinoco, Quatro e Meia, entre outros.
Numa animada conversa, transmitida em direto no Facebook e no Youtube da RFM, em que quem acompanhava nas redes sociais também teve direito a fazer perguntas, ficámos a conhecer histórias hilariantes vividas pelas bandas destes 4 convidados e ainda quais os momentos mais marcantes da vida das bandas de cada um. Os inesquecíveis “Vietnams” (ou segundo Rui Pregal da Cunha – as “Guinés”) de cada grupo. Vê o vídeo e acompanha a história na integra, ao minuto!
Qual é a terra onde os Heróis do Mar não querem voltar, quem foi o maestro com quem José Cid lutou e o palco de que os Azeitonas, se calhar, não se lembram?
Não consigo passar pelo Pinhal Novo!
Na história dos Heróis do Mar, o Pinhal Novo terá sempre um lugar muito especial…
Neste “RFM Sumeet”, Rui Pregal da Cunha, vocalista dos míticos Heróis do Mar, levou-nos de volta a 1982, para nos contar como foi o pior concerto da banda.
Rui Pregal da Cunha (41'08") "Nós temos 8 anos juntos, estávamos sempre juntos. Acabávamos de ensaiar, 8h por dia, depois púnhamo-nos a fazer brainstorms sobre o que é que íamos dizer nas entrevistas, o que íamos vestir naquele videoclip, era uma coisa super conjunta.
Eu não consigo passar pelo Pinhal Novo. Quando passo pela placa que diz "Pinhal Novo" fico sempre assim "tchee"! É o pior concerto dos Heróis do Mar... Tínhamos acabado de sair de estúdio de gravar o "Amor"... e foi a primeira vez que o ouvimos num "PAzão" e esse concerto correu tão tão mal, tão mal!
Foi com os GNR. Lembro-me de o Vitor Rua andar com uma T-shirt que tinha a cara do Marco Paulo, até me lembrei disso. Correu tudo mal. O Paulo não teve as guitarras afinadas 1 segundo, estava sempre a partir cordas, começou a chover, apanhávamos choques... Aquilo foi tudo assim um susto.
Pinhal Novo foi a minha Guiné. Cada vez que passo lá reeeec!"
O baterista filipino e maestro japonês que cumprimentava José Cid
Para Tozé Brito o “Vietnam" do Quarteto 1111 foi, em 1971, no Japão
TóZé Brito (43'.40'') “Nós fomos ao Japão em 1971 representar Portugal com o Quarteto. Era uma tournée de 3 meses e o Michel, o baterista que era piloto da Tap não tinha possibilidade de ter tantas férias. Então partimos os 3 sozinhos e contratámos, através da Emi lá no Japão, um baterista. Arranjaram-nos um baterista filipino para tocar connosco que não acertava uma. Subimos para o palco e a canção era terrível, era complicadíssima. Chamava-se “She’s 34”.
"A canção era complicada e o Zé Cid enganou-se. E estávamos a tocar com uma orquestra de 52 elementos atrás. Ele enganou-se, começou a cantar uma parte completamente ao lado e eu comecei a cantar por cima dele, com quanta força tinha, para o corrigir. Estava a ouvir a orquestra atrás a ir por um caminho e nós a irmos por outro!"
E o Zé ficou convencido que a orquestra toda se tinha enganado! E com a flauta que ele tocava durante a canção virava-se para trás, furioso e o maestro que era japonês quando ele se virava para trás, achava que era um comprimento e fazia-lhe uma vénia e o Zé com a flauta na mão oferecia-lhe “porrada”.
"E quanto mais “porrada” lhe oferecia mais ele agradecia."
"Eu estava para morrer já não sabia o que havia de fazer. O meu "Vietnam" foi este."
Um concerto que meteu água ... ou melhor, vinho!
Para Pedro Barbosa, ex manager dos Azeitonas, o concerto mais complicado foi há 7 anos em Beja.
Pedro Barbosa (50'10") "Vietnam" ocorre-me uma gira dos Azeitonas pra aí há 7 anos, uma passagem de ano em Beja.
Eu tinha um torneio de futebol que conciliava com a agenda do vocalista Marlon que tinha sido pai nesse dia. Então íamos sair mais tarde, chegar em cima da hora... e chegámos mesmo em cima da hora do concerto.
É pá, o concerto começa e era cada um para o seu lado! E eu perguntei ao técnico de som "O que é que se passa?" E ele respondeu “Pedro não há como dizer isto de outra forma, eles estão todos bêbados, estiveram a beber o dia todo!”. Era cada um para o seu lado, um som desastroso e tínhamos o vocalista que tinha ido comigo e que estava completamente sóbrio a perguntar:“O que é que se passa aqui?”.
"A malta dos Azeitonas sempre foi de beber um copo e tal mas era chegar ao palco e sempre “deliver!"
"Os primeiros temas foram desastrosos, a malta a encontrar-se, depois lá foram afinando e a coisa foi-se compondo."
Esta foi uma conversa cheia de histórias e ainda temos muitas por contar.
Fica atento e entretanto vota num dos 10 finalistas da "A maior banda pop portuguesa de todos os tempos"!