Numa altura em que o mundo está de olhos postos na guerra na Ucrânia, toda a ajuda é bem-vinda e necessária, seja ela qual for.


O chef Chakall arregaçou as mangas e rumou até à Polónia para fazer aquilo que melhor sabe: cozinhar.


Numa viagem de regresso a Lisboa, vindo de Vila Nova de Gaia, o chef pensou que poderia ajudar de alguma maneira os refugiados da guerra e, rapidamente, percebeu que tinha de ir para a Polónia. Partiu de Portugal, numa carrinha carregada de comida e com mais dois amigos, no dia 8 de março.


O caminho fez-se com muitas paragens pelo meio, como Friburgo e Varsóvia, onde pararam para cozinhar refeições com os bombeiros para os refugiados que lá estavam.


Alguns dias depois, o chef Chakall chegou ao destino final, mais propriamente a Chełm, a cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Conheceu milhares de refugiados e serviu mais de 10 mil refeições, tendo preparado feijoada, uma sopa típica do leste europeu chamada goulash e ainda arroz doce.


Em declarações à "NIT", o chef contou que "não há dinheiro que pague uma refeição grátis, um prato de comida quente faz a diferença. É uma alegria e uma tristeza ao mesmo tempo. Partiu-me o coração. Pensar naquelas pessoas com vidas destruídas só me dá-me vontade de chorar. Cada quilómetro valeu o sorriso de cada criança a quem dei uma refeição.”


Durante os dias em que esteve na Polónia, o chef Chakall relatou, nos vídeos que publicou no seu Instagram, que é "pior do que imaginamos".



De regresso a Portugal, o chef Chakall conseguiu trazer quatro refugiados - uma mulher e três crianças - que entraram em contacto consigo, ao mesmo tempo que confidenciou, mais uma vez em vídeo, que tudo aquilo que viu "é inenarrável".



Após esta viagem, o chef Chakall quer voltar à Polónia, e pretende "montar um restaurante perto da fronteira com os alimentos que chegam e muitos não sabem o que fazer com eles", mas, até ao momento, é apenas uma ideia.



(Imagens: Instagram)