É algo insólito e causou logo alguma surpresa em quem o viu! Um jornalista português, que está a cobrir a guerra na Ucrânia, encontrou uma lata de atum português da marca "Bom Petisco" entre mantimentos para o exército russo.
A imagem foi partilhada pelo próprio que, neste caso, é o jornalista Filipe Caetano, da "CNN Portugal", no Twitter e rapidamente deu que falar. A descoberta do jornalista lançou rapidamente a questão sobre como é que uma lata de atum português estava entre os alimentos de uma caixa de ração de combate russa.
A Cofaco, dona da marca "Bom Petisco", tentou de imediato perceber o que tinha acontecido e, por isso, pediu ao canal português para identificar o lote da conversa para fazerem o “rastreio da lata desde a origem até à saída da empresa.”
E foi assim que encontraram a resposta!
Na realidade, a empresa portuguesa doou 24 mil latas de conserva à Ucrânia, desde que a guerra começou, e o destino final seria Lviv.
Assim, a Cofaco explicou, em declarações ao "Observador", que "o que de errado se passou — e algo de errado certamente se passou — ocorreu já em solo ucraniano e em circunstâncias que são do nosso desconhecimento. A Associação dos Ucranianos em Portugal [que tinha enviado os mantimentos] já foi informada desta ocorrência.”
Esta justificação junta-se ainda a uma outra da mesma empresa, que explicou que "não exporta para a Rússia, não se encontra habilitada a exportar para a Rússia, nem possui conhecimento de que qualquer cliente seu, português ou estrangeiro, que o faça”.
Tanto os exércitos ucraniano e russo recebem pacotes de ração, intitulados MRE (Meals Ready to Eat), que são geralmente compostos por alimentos não perecíveis, como enlatados e bolachas, mas o "Observador" dá conta de que têm existido problemas nesse abastecimento. Os soldados russos têm recebido poucos mantimentos e muitos já foram para o terreno com alimentos fora do prazo.