Matthieu Ricard é o homem mais feliz do mundo. E quem o diz não é o próprio, mas sim os investigadores da Universidade de Wisconsin que analisaram o seu cérebro. Mas vamos por partes. Quem é este homem que suscita tanta curiosidade por parte da comunidade científica e de todos aqueles que buscam o caminho da felicidade?
Matthieu Ricard tem 76 anos, é tibetano e vive no Monastério Shechen Tennyi Dargyeling, no Nepal. Nasceu em Aix-les-Bains, em França, e cresceu rodeado de personalidades intelectuais francesas e muito por causa da profissão do seu pai, que era o filósofo de renome Jean-François Revel.
É doutorado em genética molecular, mas, em 1972, decidiu abandonar a sua carreira científica.
Ricard participou num estudo cerebral, liderado por um neurocientista da Universidade de Wisconsin, Richard Davidson, e que durou 12 anos. Davidson ligou 256 sensores à cabeça de Ricard para detetar o respetivo nível de stress, irritabilidade, prazer, satisfação, entre outras sensações. O mesmo foi feito a centenas de voluntários, para terem uma forma de comparação.
A escala da felicidade dos participantes ia desde o 0,3 (muito infeliz) a -0,3 (muito feliz). Matthieu Ricard ultrapassou a escala, alcançando -0,45. Desde então que foi considerado o homem mais feliz do mundo pelos cientistas.
Para Matthieu Ricard, que considera este título exagerado, o segredo para a felicidade reside no altruísmo e compaixão. Numa entrevista ao site Digis Mak, Matthieu Ricard explica que “a busca egoísta da felicidade não funciona”. “Tornas a tua vida e a dos outros miserável. Em vez disso, devemos seguir o altruísmo, em que o objetivo é trazer felicidade aos outros e, como bónus, também nos sentimos felizes por sermos gentis.”
E deixa um conselho: “Uma mente distraída não é uma mente feliz.”
E a felicidade é algo com que se nasce ou que podemos aprender ao longo da vida? Matthieu Ricard diz que há uma predisposição genética para a felicidade, mas, segundo vários estudos, a felicidade também é algo que se treina.
Será que o homem mais feliz do mundo fica triste? Matthieu Ricard diz que sim, mas que a tristeza não tem de ser uma coisa má e ligada ao sofrimento. “A tristeza é compatível com o florescimento genuíno.”