Em Monforte da Beira, uma freguesia de Castelo Branco, cumpre-se anualmente a festa de São João Batista - adiada por dois anos consecutivos devido à pandemia - na qual se vive uma tradição única no país, de acordo com o Jornal Reconquista.


Nesta região portuguesa, manda a tradição que homens e mulheres montados a cavalo devem acender fogueiras e cavalgar pelo meio das chamas. Adultos, crianças e cavalos envolvem-se nesta festa em que os animais têm de ultrapassar chamas em vez de barreiras, como é habitual em qualquer prova de hipismo.


Só que aquilo que é tradição e festa para alguns, para outros é colocar a vida de um animal em perigo. Assim que algumas fotografias e vídeos chegaram às redes sociais, rapidamente, algumas associações de animais protestaram contra essa tradição que envolve cavalos.





Uma delas foi a Coimbra Animal Save, uma organização sem fins lucrativos, que escreveu que "com estas fotos documentamos mais uma 'festa' que se realiza no nosso país em honra de um santo, em nome da religião" e ainda que "festa não é certamente para os cavalos obrigados a saltarem por cima das chamas".


A publicação mereceu a partilha de muitos utilizadores das redes sociais, que se mostraram igualmente revoltados. Alguns utilizadores questionaram "submeter animais a esse tipo de situações?! Os animais realmente não nos merecem…" e escreveram ainda "que tortura horrível", "palhaçada" e "uma vergonha para o país e para as tradições portuguesas".



Perante as críticas que surgiram nas redes sociais, uma das participantes na tradição defendeu, nas redes sociais, que as imagens são chocantes porque "quem captou o momento não é um amador e conseguiu naquela fração de segundos captar o conjunto 'cavalo, chama e duas pessoas no meio da fogueira'".


A mesma pessoa assegurou que "o cavalo está bem, não sofreu nenhuma queimadura" e pediu que se "não conhecem a tradição, não conhecem o cavalo, não conhecem as pessoas envolvidas, respeitem e não opinem ou ofendam por favor!!!!!".