Há cerca de uma semana, Cristina Ferreira marcou presença na Web Summit. Num dos palcos da cimeira tecnológica, a diretora de entretenimento e ficção da TVI falou sobre falhas, sucessos e liderança e ainda aproveitou para ensinar o verbo "to be" ao público.
O seu discurso foi alvo de muitos comentários e, sobretudo, críticas de portugueses. Um deles foi Manuela Moura Guedes que recorreu ao Facebook para comentar que, depois de o ter visto, ficou "entre o muito divertida e o extremamente envergonhada" e ainda com a "aquela sensação de confrangimento quando nos pomos na pele de alguém que não tem noção das coisas que diz".
Ao deparar-se com a publicação da jornalista, Luísa Sobral decidiu responder-lhe através de uma publicação no seu Instagram.
A cantora escreveu que considerava uma "vergonha (...) continuarmos a usar as redes sociais para fazer bullying", uma vez que considerou que a opinião de Manuela Moura Guedes se tratava disso mesmo.
A publicação de Luísa Sobral contou ainda com uma questão sobre "como podemos falar do bullying nas escolas e ensinar os nossos filhos que é errado gozar com os outros, se depois nós, adultos, o fazemos publicamente e por escrito?" e concluiu dizendo que fica ainda "mais triste quando vejo uma mulher fazer isto a outra".
Os comentários à publicação de Luísa Sobral não foram ao encontro da sua opinião, sendo que muitos aproveitaram para explicar à artista que "aquilo que diz Manuela Moura Guedes em lado nenhum é bullying", "quando há falta de sentido de oportunidade e aproveitamos o status social para aparecer em tudo o que é público, ignorando se é adequado ou não, corremos o risco de fazer figuras desnecessárias e ter alguém a brincar com isso" e ainda que "a Luísa tem mais jeito para cantar do que para analisar os comportamentos dos outros".
Houve ainda quem aproveitasse para voltar a criticar o discurso de Cristina Ferreira, dizendo que, na sua opinião, "o que me deixa triste é termos a Cristina Ferreira a fazer discursos confrangedores num evento internacional. São estas as pessoas 'inspiradoras' que Portugal tem para partilhar com uma comunidade internacional?".
Perante a opinião de Luísa Sobral e o eco que o assunto teve, nas redes sociais, Manuela Moura Guedes voltou a tocar no assunto. Fez, tal como escreveu, "um esclarecimento público sobre a situação em que se viu envolvida", esta quarta-feira.
A jornalista começou por escrever que não conhece Luísa Sobral e que teve "de verificar se era a irmã de Salvador Sobral", pedindo que a artista não levasse "a mal mas, atualmente, é muito raro ‘frequentar’ redes sociais".
Manuela Moura Guedes mostrou-se "admirada por ter escolhido o Instagram para me dizer, a mim, o que pensava sobre um desabafo meu, (...) podia ter mandado uma mensagem... é o que eu faço quando tenho algo a dizer a alguém, em particular".
O seu longo texto de resposta continuou com a jornalista a defender a sua liberdade de expressão, sendo que, na sua opinião, existe agora uma tendência "para encaixar tudo, gratuitamente e sem critérios sérios, em categorias como o bullying, o racismo ou a discriminação". E essa categorização é, para Manuela Moura Guedes, "muito perigosa porque tem como objetivo anular a liberdade de expressão, impondo-nos padrões de comportamento".
A jornalista assumiu ainda que, para a própria, é "muito importante e saudável que uma sociedade esteja apta a conviver com a crítica e não a confunda com mais nada, sem isso não há liberdade nem democracia" e não resistiu, por fim, a dizer que sempre que "há situações injustas, de má gestão pública ou ridículas, das que envergonham enquanto seres pensantes e enquanto mulheres" vai dar a sua opinião.
(Imagens: Instagram)