Este Mundial ficará para sempre marcado por todas as polémicas envolventes no que diz respeito ao país onde acontece, o Catar. Mas é também o primeiro Mundial masculino em que uma mulher arbitra um dos jogos.

Stéphanie Frappart é um nome que ficará para a história a partir desta quinta-feira, depois do jogo entre a Costa Rica e a Alemanha. A árbitra tornou-se na primeira mulher de sempre a arbitrar um jogo num Mundial (masculino). Mas esta não é a primeira vez que esta mulher ultrapassa barreiras de género. Também já foi a primeira mulher a dirigir um jogo na Liga dos Campeões, no Europeu e da liga francesa.

O que poucos sabem é que, apesar de o nome francês, Stéphanie tem raízes portugueses. Frappart é filha de mãe portuguesa, nascida na freguesia Tamel, São Veríssimo, em Barcelos. "A mãe, da família do apelido Barracas, é conhecida por Gina e emigrou ainda em pequena com os pais", disse o presidente da Junta de Freguesia ao Delas.

Apesar de Stéphanie nunca ter vivido em Portugal, era cá que passava as férias de verão com os pais.


Stéphanie nasceu em Val-d’Oise e desde cedo que tem a paixão pelo futebol. "Joguei futebol na escola, metade do tempo com os rapazes, mas também com as raparigas. O meu pai era jogador, por isso fomos com a minha mãe vê-lo jogar num domingo e foi assim que começou. Depois de ter começado a jogar, quis conhecer a lei do jogo, por isso comecei a ir ao departamento local para árbitros e em França, depois de dois dias de treino, vais para o campo. Tinha cerca de 13 anos quando comecei a arbitrar miúdos de 9, 10 anos em clubes", revelou ao Women’s Sport Alliance.




A lusodescendente é uma de três mulheres nomeadas para este Mundial. Stéphanie não entrou em campo sozinha. Ao lado dela estavam a brasileira Neuza Inês Back e a mexicana Karen Diaz Medina. Juntas fizeram história e ultrapassaram barreiras.