Vai abrir a primeira escola feminista em Portugal

O feminismo nunca esteve tanto na ordem do dia. Porém, por ser um movimento tão amplamente difundido acaba por também estar envolvido em correntes de desinformação.

O feminismo é um conjunto de movimentos políticos e sociais, de ideologias e filosofias que têm como objetivo a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Por ser um conceito que ainda não é claro para todos - ainda há quem acredite que o feminismo é sobrepor a mulher ao homem - vai abrir, em Lisboa, a primeira escola de feminismo, que se destina a todos os que querem aprender mais sobre a busca da igualdade enquanto "atitude perante a vida", refere a agência Lusa.

Criada por Marta Martins e Valquíria Porto, esta escola vai abrir esta quarta-feira, no Largo Residências, no antigo quartel de Cabeço da Bola, em Lisboa. Fatores como os números da violência doméstica, do feminicídio, da discriminação, da desigualdade salarial, entre outros, foram determinantes para a criação desta escola.

"Não somos valorizadas, somos caladas, temos menos oportunidades de acesso a determinados espaços - espaços de poder, por exemplo", reflete uma das fundadoras à agência Lusa.

Como o saber é poder, esta escola permitirá abrir caminho a uma tomada de consciência.

Esta escola feminista é dirigida a toda gente e neste grupo inclui-se os que já têm algum conhecimento sobre o feminismo, como também quem defende a igualdade de género mas recusa o rótulo de feminista.

"Queremos que percebam que são feministas exatamente por serem a favor da igualdade de género e que o feminismo é uma atitude perante a vida, uma forma de imaginar um outro futuro, um futuro mais igual, mais justo, mais solidário para homens, mulheres e pessoas não-binárias", realça Marta Martins.

Aqui, existirão diversos cursos e formações. Por exemplo, no curso "Feminismo no dia-a-dia" poderás aprender "um pouco melhor sobre género, […] saber como é a linguagem não-binária" ou como se deve "portar com um colega de trabalho" ou falar com os filhos sobre o machismo sistémico, para que não o reproduzam.