No início da sua carreira, José Cid chegou a relacionar-se com Amália Rodrigues. No entanto, o artista de 81 anos não tinha uma relação próxima com a fadista.


Em entrevistas anteriores, José Cid já tinha dito que Amália Rodrigues não era "simpática" com ele e, desta vez, voltou a referi-lo.


Recentemente, o cantor esteve à conversa com a revista trimestral da Junta de Freguesia de Alvalade, onde falou, mais uma vez, sobre a sua ligação a Amália Rodrigues.


Começou por dizer que é "muito português a escrever". Vem "do fado [e] com 10 anos já era fadista lá na minha terra, na Chamusca, no Ribatejo".


"Quando a Amália Rodrigues lá foi, fiz a abertura do concerto e cantei antes dela. Atuei também no fim da carreira da Amália nos últimos concertos dela nos Estados Unidos. Amália nunca foi muito à bola comigo".



Questionado sobre as razões que os afastavam, José Cid respondeu que a fadista "nunca aceitou que uma pessoa mais jovem vendesse mais", uma vez que o próprio "vendia mais discos na Valentim de Carvalho".


"Amália não lidava bem com o êxito dos outros. Também não lidou bem com a Dulce Pontes. Mas eu era a vítima principal dela", acrescentou.


Na mesma entrevista, José Cid contou que Amália Rodrigues era amiga da sua mãe, tendo dito que a fadista tentou afastá-lo da música.


"Ela fez logo cumplicidade com a minha mãe contra mim. A minha mãe detestava que eu cantasse, queria que eu fosse engenheiro ou doutor. Ficaram as duas contra mim e a Amália, à despedida, disse-me assim: 'Olhe, onde é que eu teria chegado se tivesse tido uma mãe como você?'", recordou o artista, contando, de seguida, a resposta que lhe deu: "'A Amália chegou o mais longe que era possível. É a maior cantora mundial da sua geração. Mas se tivesse uma mãe como a minha e lhe dissesse aos 17 anos aqui em Anadia que queria ir para Lisboa cantar para uma casa de fados levava um enxerto de pancada e era fechada no último quarto da casa com correntes'".