Desistir é uma palavra que já traz consigo um peso e um sentimento negativo. No entanto, em alguma situações, desistir pode ser a luz ao fundo do túnel, pode ser o cessar de algo já não nos está a fazer bem e pode ser uma porta para coisas boas.


O autor e psicanalista Adam Phillips, que escreveu o livro "On Giving Up", mostra-nos esse lado positivo da palavra "desistir". Ele diz que "desistir" não é necessariamente um fracasso, mas sim uma escolha consciente de realocar recursos emocionais e mentais para algo mais gratificante e significativo. Trocado por miúdos, é decidir colocar a nossa/tua energia noutra coisa.


Por exemplo, estás a tentar aprender alemão e o processo está a ser difícil. Lutas com a gramática, tropeças nas conjugações verbais, tens dificuldade em memorizar o vocabulário e sentes-te constantemente frustrado. Neste cenário, persistir pode parecer nobre, mas também pode ser uma fonte de stress desnecessário. Talvez seja melhor reconsiderares e perguntares-te: esta língua é realmente importante para mim? Estou a dedicar tempo a algo que realmente me traz alegria e satisfação ou apenas frustração?




Da mesma forma, quando se trata de relações pessoais, é fácil ficar preso à ideia de manter uma amizade ou um relacionamento. No entanto, se essa amizade ou essa relação amorosa drenam a tua energia e te deixam exausto, talvez seja a hora de reavaliar as tuas prioridades. Às vezes, desistir pode ser libertador.


Phillips destaca que desistir não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de autoconhecimento e autoempoderamento. Mais do que seres fraco, é reconheceres as tuas próprias necessidades e limitações e tomares decisões que promovem o teu bem-estar emocional e mental.