Um museu australiano tem feito correr muita tinta nos últimos dias e tudo devido a uma queixa que foi feita por causa de uma exposição.


Segundo o jornal The Guardian, as pinturas de Picasso estavam expostas no museu, mas num espaço particular: numa sala exclusiva para mulheres, a Ladies Lounge.

A decisão de colocar as pinturas nesta sala foi tomada pela artista americana Kirsha Kaechele, mulher do proprietário do museu, David Walsh, que pretendia mostrar experiências de exclusão dos homens, tal como era o intuito do artista.

A sala, interdita a homens, abriu em 2020, e queria apenas o melhor para as mulheres que ali passavam – estas eram recebidas por mordomos que lhes serviam champanhe.


No entanto, em 2023, um homem quis visitar a exposição e, como mandam as regras do espaço, a entrada foi-lhe negada.

O visitante masculino não aceitou de ânimo leve a interdição e avançou com um processo em tribunal contra o ‘Museum of Old and New Art’, conta ainda o jornal britânico.


A decisão chegou em abril deste ano e o tribunal deu razão ao queixoso e ordenou que a exposição fosse aberta a qualquer pessoa independentemente do género, no prazo de 28 dias. O museu não se conformou com a decisão e encerrou a exposição.


A artista Kirsha Kaechele, no entanto, não quis deixar as obras de Picasso a apanhar pó e postou um vídeo nas redes sociais onde partilhou a nova localização dos quadros.



Para contornar a decisão, alguns quadros de Picasso foram expostos na casa de banho das mulheres. O inédito é que este museu sempre teve casas de banho “unissexo” e estas são as primeiras femininas no MONA.

O Ladies Lounge teve de fechar devido a um processo aberto por um homem. E eu simplesmente não sabia o que fazer com todos aqueles Picassos”, revelou a mulher na publicação no Instagram.


Apesar de todas as dificuldades que enfrentou o Museu com a queixa em Tribunal, por Jason Lau, Kirsha ficou “absolutamente encantada” com a mesma.

Os homens estão a experienciar o Ladies Lounge, a sua experiência de rejeição é a obra de arte”, revelou a artista na altura, como conta o The Guardian.


Kirsha Kaechele anunciou, na mesma altura, no início de maio, que o museu iria recorrer da decisão no Supremo Tribunal.



(Imagens: Instagram - Reprodução de Vídeo)