O governo espera que os portugueses bebam e fumem mais, em 2025, engordando a receita fiscal em 80 milhões de euros.

Esta notícia tem sido partilhada, amplamente, nas redes, e refere-se não a um aumento de impostos, mas a um pico no consumo.

O governo espera realmente que os portugueses queiram beber e fumar mais em 2025.

E se isto não é um prenúncio negro do que aí vem, então não sei.

“Senhor Governo, senhor governo, 2025 vai ser melhor? Estamos optimistas?” perguntam infantilmente os portugueses.

O governo, pisca algumas vezes os olhos, como se a acordar de um coma, e responde com um ar blasé, “Olha… não posso responder a isso. Posso, contudo dizer, que vais querer beber e fumar mais!”

Esperançados com esta informação os portugueses perguntam “Mas porque vai haver uma festa?”

O governo, paternalmente, responde “Se por “festa” quiseres dizer e “tensão social e económica” então, sim!”, antes de acrescentar com benevolência “Vá, agora vão lá brincar e deixem o Governo a governar”.

É um pouco assim que imagino as trocas entre o governo e os seus súbditos.

Entretanto, vi o Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, dizer que “espera” também pode querer dizer “deseja”, o que tem graça. Porque assim o título passava a ser “Governo deseja que os Portugueses bebam e fumem mais, em 2025”.

E assim, de repente, parecem só uns votos divertidos para 2025.

Para 2025, desejamos que vocês se “emborrachem” e se “esfumem”! Se há uma coisa que Portugal é, é festa.

Se o plano Portugal 2030 é desenvolvimento regional, o plano Portugal 2025 é desenvolvimento de cirrose.

Dei por mim a pensar que devíamos talvez ter um Ministério do vício, que tomasse conta de todos os assuntos relacionados com comportamentos adictos.

Uma pasta do tabaco, claro. Encabeçada por uma senhora que fuma há 50 anos, tem dentes amarelos e uma voz meio de bagaço. Podíamos ter uma pasta do café, normalmente vem antes da pasta do tabaco.

Na pasta droga temos o Cajó. Está neste momento na rua a arrumar o carro, não o dele, claro. Mas ele arruma carros para ter dinheiro para a droga.

Na pasta do jogo não sabemos ainda quem vai ser, mas aceitamos apostas na app do governo para quem será. Temos boas odds.

Estamos com algumas dificuldades na pasta do álcool, porque sempre que escolhemos alguém, esse alguém vai celebrar e no dia seguinte acorda a dizer “Nunca mais faço isto.”

Por último, temos a pasta do telemóvel. Que é dura, porque, sejamos sinceros, somos todos viciados nisso.

De qualquer forma, arranjamos, como representante, um bom adolescente de 15 anos que não vimos bem ainda porque ainda não levantou a cabeça.

Mas, há de levantar, quando ficar sem bateria. Pode ser que dê para ver quem é, enquanto passa do telemóvel para o tablet.

Aguardemos.




Ouve aqui todos os episódios no Podcast Dudas de un Hombre.