Esta sexta-feira, dia 15 de novembro, despedimo-nos de Celeste Caeiro, a mulher que fez história ao entregar cravos vermelhos aos militares no dia 25 de Abril de 1974. O seu ato, aparentemente simples, tornou-se um poderoso símbolo de resistência, marcando um momento decisivo na Revolução que pôs fim à ditadura em Portugal.


Aos 91 anos, Celeste Caeiro partiu, mas deixou um legado que permanece vivo no coração de todos os portugueses. Nascida em Lisboa, Celeste tinha 40 anos na altura do 25 de Abril e trabalhava como empregada de mesa no restaurante Sir, no edifício Franjinhas, na rua Braancamp, junto ao Marquês de Pombal.


Naquele dia histórico, o restaurante celebrava o seu primeiro aniversário então tinham comprado vários cravos para oferecer aos clientes. Mas a revolução ditou outros planos. Quando Celeste chegou ao trabalho, o patrão pediu-lhe que fosse para casa pois estava a começar uma Revolução. Celeste regressou ao Chiado, onde vivia. Na rua do Carmo, deparou-se com um grupo de soldados em cima de um tanque. Um dos militares pediu-lhe um cigarro, mas Celeste Caeiro apenas trazia consigo os cravos. Ofereceu-os e o soldado colocou um na sua espingarda.


Movida pelo espírito do momento e pela vontade de apoiar os soldados da Revolução, Celeste começou a entregar cravos aos militares, um ato que rapidamente se tornou emblemático, simbolizando a esperança de um novo Portugal.


A neta de Celeste fez questão de homenagear a avó nas redes sociais, escrevendo: "Para sempre a minha Avó Celeste. Olha por mim", um adeus comovente que ecoa o amor e a gratidão por aquele gesto que nunca será esquecido.



Este ano, no desfile do 25 de Abril, a presença de Celeste Caeiro na Avenida da Liberdade foi um dos momentos mais emocionantes.


A RFM, que comemorou os 50 anos do 25 de Abril com um vídeo muito especial, disponível para veres logo abaixo, teve a honra de conversar com a neta de Celeste, Carolina Fontela, registando a mulher que, com um simples gesto, fez história.