Há várias diferenças entre produtos animais e produtos vegetarianos e os próprios nomes são indicadores disso mesmo. Mas, há quem ache que um “hambúrguer vegetariano” ou “salsichas vegetarianas” podem enganar os consumidores.
Para tirar as dúvidas e também para as esclarecer, o Parlamento Europeu colocou o assunto em cima da mesa. Vários agricultores acreditam que chamar “hambúrguer vegetariano”, sem que este contenha carne, pode enganar quem os compra, que pode não perceber exatamente aquilo que está a adquirir. Como nomes substitutos, sugeriram chamar tubos ou discos vegetais aos hambúrgueres e salsichas de origem vegetal.
Mas, por outro lado, médicos, ambientalistas e empresas, que desenvolvem substitutos de carne, acreditam que retirar estes nomes dos produtos pode desencorajar os consumidores a escolher uma dieta à base de plantas. Para além disso, o setor agroalimentar estimou vários “prejuízos” caso tivesse de mudar os rótulos dos produtos que têm essas designações.
"O argumento principal que está por detrás desta proposta é evitar a confusão dos consumidores. Todavia, termos como 'veggie burger' ou 'veggie sausage' oferecem-nos informação importante acerca do sabor que podemos esperar de um produto" lê-se numa petição que conta com mais de 260 mil assinaturas e que se mostra contra à proibição destes nomes.
Ouvidos os dois lados, o Parlamento Europeu acabou por deliberar e rejeitou, na última sexta-feira, as propostas submetidas que pediam que as designações que são, habitualmente, associadas à carne não pudessem ser utilizadas para identificar produtos de origem vegetal.
O resultado da votação foi bem acolhido, especialmente, pelos representantes dos consumidores.
"É uma boa notícia que o Parlamento Europeu tenha usado de bom senso e dito não à proibição dos hambúrgueres vegetarianos” afirmou Camille Perrin, da organização de consumidores BEUC, depois de conhecida a votação dos eurodeputados.
O Parlamento Europeu, embora tenha concordado em manter as designações “hambúrguer vegetariano” ou “salsichas vegetarianas”, deixou claro que é preciso encontrar outros nomes para a área dos lacticínios. Isto é, as designações “alternativa 100% vegetal ao iogurte”, “substituto de manteiga” ou “alternativa ao queijo” vão ter de ser alteradas.
Esta nova decisão quer restrições mais apertadas nos rótulos dos produtos com termos “tipo leite” ou “tipo queijo”, que são à base de plantas e que não contêm ingredientes lácteos.