A quantidade de equipamentos de pesca perdidos nos oceanos aumentou substancialmente nas últimas décadas. As redes usadas pelos pescadores têm um elevado potencial de produzir pesca-fantasma - quando os equipamentos desenvolvidos para capturar animais marinhos são abandonados, descartados ou esquecidos no mar - o que coloca em risco não só a vida dos animais marinhos, mas também outras espécies não-alvo de pesca, como as aves.


Além disso, as redes que ficam perdidas no mar contribuem para a problemática do lixo marinho e para a introdução de materiais plásticos na cadeia alimentar.



Face a este problema, o Município de Esposende, a Empresa Municipal Esposende Ambiente, a Universidade do Minho e a Associação de Defesa do Ambiente - Rio Neiva criaram um projeto-piloto, o E-Redes, que visa fornecer redes biodegradáveis aos pescadores locais.


Os problemas ecológicos e socioeconómicos causados pelo abandono dos equipamentos de pesca nos oceanos é uma preocupação constante e Esposende decidiu avançar com esta ideia.

Assim, a vida dos animais marinhos e não marinhos já não ficará em risco e contribuirá também para a redução do plástico nos oceanos e na cadeia alimentar. Uma problemática que também já nos afeta. Isto porque também já andamos a ingerir plástico. Em 2018, um grupo de cientistas encontrou, em média, num grupo de oito participantes de diferentes países, 20 partículas de microplásticos por cada 10 gramas de fezes.

Os investigadores estimam que “mais de 50% da população mundial possa ter microplásticos nas suas fezes.”

Prevê-se que, atualmente, 5% de todo o plástico produzido acabe no mar e estudos anteriores já tinham demonstrado a presença de plástico no intestino de peixes, na água da torneira e até em insetos voadores e pássaros. Também nos refrigerantes foram encontrados microplásticos.

E se nada fizermos para combater este problema e salvar a vida marinha e a nossa, teme-se que os riscos sejam maiores. A iniciativa dos pescadores de Esposende é, pois, de saudar.