Há séries e livros que despertam emoções, outros desafiam limites e outros ainda despertam interesses e gostos que não sabemos que temos.

A série “The Queen’s Gambit” (ou “Gambito de Dama”, em português), que estreou em outubro na Netflix, é um exemplo disso mesmo! Fica a conhecer um pouco mais sobre a história desta série naquele que é o Dia Internacional do Xadrez, celebrado a 20 de julho.

Na década de 1950, uma jovem órfã começa a jogar xadrez no orfanato onde vivia, tornando-se rapidamente num pequeno génio nesse jogo. A paixão e a estratégia mental que o xadrez lhe despertava levou Beth Harmon, interpretada pela atriz Anya Taylor-Joy, até aos grandes torneios.

Resta acrescentar que Gambito de Dama é uma abertura de xadrez, ou seja, uma forma de começar o jogo que consiste, segundo os entendidos, em sacrificar uma peça para mais tarde estrategicamente tirar vantagens dessa jogada e depende também do adversário aceitar ou recusar essa “jogada”.

Seja como for, “O Gambito de Dama” é o título de um livro de Walter Tevis, lançado em 1983, que ficou agora amplamente conhecido pela série, com o mesmo nome, que contou com o apoio técnico do famosíssimo jogador de xadrez Garry Kasparov.




Walter Tevis, o autor do livro, tem muitas parecenças com a protagonista do livro e da série. Também ele aprendeu a jogar xadrez aos 7 anos. Aos 9 soube que tinha febre reumática e foi internado durante um longo período de tempo. Os pais não lhe deram o devido apoio. Walter, tal como Beth Harmon se vicia em calmantes no orfanato, começa a tomar um medicamento do qual fica dependente. São vários os pontos em comum entre Walter e Beth.

Percebe-se, depois de ver a série, que muitos se interessem ou mesmo se apaixonem pelo xadrez, porque Beth é uma personagem intensa, uma mulher com uma genialidade fora do tempo que se inspira no xadrez para a vida e na vida para o xadrez. O seu instinto e poder de concentração são inebriantes.



A história, as personagens e tudo aquilo que envolve a série virou um sucesso e colocou-a no primeiro lugar das minisséries mais vistas da Netflix, quebrando recordes, mas já lá vamos.


O que é incrível é que, com a série o xadrez se tenha tornado rapidamente numa autêntica tendência, em várias partes do mundo.


Nos Estados Unidos, por exemplo, o jogo disparou as suas vendas desde a estreia da minissérie, a 23 de outubro.

Independentemente da marca, o The New York Post e o The New York Times revelam que vários comerciantes de brinquedos registaram um grande aumento de vendas, como é o caso do Ebay, que passou de 11 milhões para cerca de 16 milhões de jogos vendidos só em 2020.


Mais do que aumentar as vendas do jogo, a série, que conta com 7 episódios, ajudou também a Federação de Xadrez dos EUA a aumentar o número de membros desde o início da pandemia.


“A comunidade do xadrez apaixonou-se pela série porque esta retrata com sucesso diferentes aspetos do xadrez em toda a sua riqueza: é fácil ser divertido de jogar, mas também é complexo o suficiente para representar um desafio” disse David Llada, porta-voz da Federação Internacional de Xadrez.


O sucesso global de “The Queen’s Gambit” chegou também à Internet, onde houve um aumento nas pesquisas “como jogar xadrez” no Google, e ainda houve milhares de utilizadores que se juntaram à plataforma de jogos online Chess.com., para testarem as suas habilidades neste jogo.



Agora, vamos ainda a mais números e a mais recordes! Considerada por muitas como o “Forrest Gump” do xadrez, “The Queen’s Gambit” é a minissérie mais vista de sempre da Netflix: mais de 62 milhões de pessoas em apenas 4 semanas.


Entretanto, foi também a série mais vista em mais de 60 países e ainda entrou para o top 10 em 92 países, obtendo a primeira posição em 63, incluindo o Reino Unido, Argentina, África do Sul e Israel.


É caso para dizer que o grande segredo de “The Queen’s Gambit” está no xadrez e, neste Dia Internacional do Xadrez, assinalado a 20 de julho, que tal fazeres Xeque-mate à série ou ao livro?