Há certos dias do mês que podem ser muito dolorosos para as mulheres. Não só em termos emocionais, mas também físicos. Esta realidade nem sempre é entendida por todos, mas a verdade é que as dores menstruais podem condicionar e muito a vida das mulheres.


Por isso, a província de Liaoning, no nordeste da China, vai permitir, a partir de março de 2021, às mulheres tirarem até dois dias de licença remunerada por mês devido a fortes dores menstruais, desde que apresentem um comprovativo médico.



Prevê-se ainda a inclusão de uma licença de maternidade de 98 dias, um exame ginecológico anual pago pelo empregador e a ampliação da formação contra o assédio sexual no local de trabalho.

O objetivo é promover um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, permitindo às mulheres dedicarem-se também à sua família.


Apesar de esta medida ser uma mais valia para muitas mulheres, também há quem a veja como uma ameaça à condição da mulher no mercado de trabalho. São conhecidos os desafios que muitas enfrentam no trabalho - desde a disparidade salarial, assédio e/ou discriminação - e, por isso, há quem defenda que esta nova medida possa vir a dificultar ainda mais a vida das mulheres.


Wei Yiran, uma professora chinesa, explica ao “South China Morning Post” que, durante muito tempo, as mulheres e as gravidezes foram vistas como um “fardo caro”. Ainda há quem tenha esta visão, e juntar a isso uma licença menstrual poderá fazer com que pensem que a “contratação de mulheres traz muitos constrangimentos”.


Porém, “se todos obedecerem aos regulamentos e respeitarem as mulheres, a nova lei não deverá ser uma preocupação” diz Lijia Zhang, escritora chinesa.

Ainda que a licença menstrual divida opiniões, esta é uma realidade já existente e em prática noutras províncias chinesas, como é o caso de Ningxia, Shanxi, Hubei. No Japão, as mulheres têm direito a uma licença menstrual desde 1947. Em Taiwan e Coreia do Sul, as mulheres recebem uma licença mensal.