O som de um autoclismo italiano é considerado violação dos direitos humanos

TUDO COMEÇOU HÁ 19 ANOS, COM UMA DISPUTA ENTRE VIZINHOS, EM ITÁLIA, POR CAUSA DE UM AUTOCLISMO BARULHENTO

Jéssica Santos
Jéssica Santos



Foram 19 anos de luta que culminaram nesta decisão: o som do autoclismo é, a partir de agora, considerado uma violação dos direitos humanos, em Itália.


Tudo começou com uma guerra entre vizinhos. Um casal de La Spezia, em Itália, queixava-se do som do autoclismo do vizinho que fazia “ruídos intoleráveis”, segundo cita o jornal Il Giornale, e que não os permitia descansar durante a noite.

Levaram o caso para tribunal e, durante anos, viram a sua queixa desvalorizada. Até que, com recursos e mais recursos, conseguiram a atenção que tanto desejavam.
Um tribunal de recurso ordenou uma investigação para perceber o porquê de o autoclismo fazer tanto barulho. Ora, os proprietários tinham colocado o tanque do autoclismo dentro de uma parede, onde, do outro lado, ficava a cabeceira da cama dos queixosos, explica o Times of London.



O tribunal entendeu que o som do autoclismo, e o facto de ser usado frequentemente, durante a noite, não era bom para a qualidade de vida do casal, e, por isso, violava o direito ao livre exercício dos hábitos diários estabelecidos pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem.


Assim, o tribunal ordenou que os proprietários retirassem o tanque da parede e pagassem 500 euros, ao casal, por cada ano desde que o autoclismo foi instalado. Este que parecia ser um fim à vista, caiu por terra com os proprietários do apartamento a recusarem a sentença.
O caso foi levado para o Supremo Tribunal que, citando o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, diz que o autoclismo violava o direito ao respeito pela vida privada e familiar.


Foram 19 anos em tribunais e culminou com esta decisão: o uso deste autoclismo foi considerado pelo Supremo Tribunal italiano como uma violação dos direitos humanos.




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