“Demissão silenciosa” é a tendência do momento no trabalho, em todo o mundo

CHAMA-SE “QUIET QUITTING” E ESTÁ A IMPLEMENTAR-SE NO MERCADO DE TRABALHO

Ana Margarida Oliveira
Ana Margarida Oliveira


Isto significa, no fundo, não fazer as tarefas para as quais não se é remunerado.

É já um fenómeno e está a acontecer um pouco por todo o mundo. Até tem nomes específicos em várias países. Tem uma razão – ou várias – para estar a acontecer e, pode dizer-se, está a fazer “mexer” o mundo do trabalho.


Em inglês chama-se “quiet quitting” (demissão silenciosa) e começou, na verdade, com um TikTok de @zaidleppelin que, num vídeo, dá este mote: “cumpres os teus deveres mas já não subscreves a mentalidade de que o trabalho tem de ser a tua vida”, acrescenta também que é a “demissão da ideia de ir mais além do trabalho” e que “desfrutar da vida também é produtivo.” O seu TikTok ganhou dimensão e terá começado a espalhar a ideia de, tal como diz o The Wall Street Journal “não fazer mais do que o necessário para manter o emprego”, ou seja, não trabalhar mais do que aquilo para o qual se é pago.




Trabalhar estritamente dentro do horário e produzir apenas aquilo para o qual foi contratado é o que está subjacente a esta forma de encarar o trabalho que leva ao “quiet quitting”. Isto leva a um “desprendimento” de qualquer tipo de envolvimento com a empresa, ou seja, o chamado “vestir a camisola” não existe.

A tendência do “quiet quitting” está a espalhar-se por todo o mundo e em alguns países asiáticos chama-se “tang ping” (deitar-se ao comprido).

Em português, podia ser “sair de fininho”… a verdade é que não se sai. Faz-se só aquilo para que se foi contratado e dentro do horário previsto.

No entender de quem “executa” o “quiet quitting” as suas obrigações estão a ser cumpridas. No entender das empresas, está a assistir-se a uma mudança de paradigma: o trabalho já não está à frente de tudo como eventualmente em gerações anteriores. Um conjunto de fatores, como uma geração que fez Erasmus, que andou, durante dois anos, na faculdade ou fez o mestrado remotamente, devido à pandemia, ou que entrou no mercado de trabalho também à distância, tende a explicar esta nova atitude que está a levar ao “quiet quitting”, como refere a Visão.





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