Em Braga, já há quem divida a cama por não ter dinheiro para alugar uma casa

São cada vez mais as pessoas que não conseguem pagar a renda de uma casa e a única solução que lhes resta é dividir um quarto e a cama

Madalena Costa
Madalena Costa


Se, na pandemia de Covid-19, os tempos eram incertos e duros, a realidade não se alterou muito para quem tem de alugar uma casa para viver.


Há cada vez mais pessoas que lutam contra a carteira para conseguirem pagar a renda, no final do mês, e há mesmo quem, além de dividir uma casa, seja obrigado a dividir o quarto e até a cama!


Sim, isso mesmo! Esta situação está a acontecer em Braga, onde "há famílias a viver em espaços sobrelotados e pessoas que têm que partilhar um quarto e até dividir a mesma cama por não terem como suportar as rendas", tal como deu conta a SIC Notícias.


Esta realidade foi denunciada pela Cáritas de Braga que, em declarações à SIC Notícias, revelou que "tendo em conta os baixos rendimentos daqueles que procuram o apoio da Cáritas, as soluções passam, às vezes, por viver em varandas, partilhar quartos quando são famílias, partilhar camas quando são pessoas isoladas".


Vivemos tempos difíceis, é verdade, e que o digam dois amigos, um de 58 anos e outro de 61. Conheceram-se numa associação de solidariedade social e, além da amizade, aquilo que os une é o quarto onde vivem.


Os rendimentos que têm apenas dá para pagarem um quarto, onde têm de dividir uma cama. Segundo a SIC Notícias, "pouco sobra da reforma por invalidez de um e do rendimento social de inserção do outro. Aliás sobra tão pouco que não chega para comer".



Apesar de ser o único sítio que têm para dormir, estes dois amigos, que não quiseram ser identificados, questionaram, em entrevista, "como é que alguém passou uma licença de habitalidade para o quarto que habitamos?".


Sem "luz natural", com portas "cortadas para circular ar" e com "paredes pretas", este é o único sítio que lhes resta.


Uma outra senhora revelou que está na mesma situação, na qual não consegue pagar as rendas que são pedidas. Confessou ainda que os seus rendimentos já não chegam para comprar medicamentos nem para comer.


Esta realidade já se tinha verificado no Canadá e, há uns meses, que se tem agravado em Portugal.




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