Afinal, as mulheres não falam mais do que os homens

HOMENS OU MULHERES? QUEM FALA MAIS? UMA BOA QUESTÃO QUE PODE NÃO TER UMA RESPOSTA ASSIM TÃO CLARA

Ana Margarida Oliveira
Ana Margarida Oliveira



A questão é antiga. Possivelmente tão antiga quanto a História da humanidade. São inúmeros os estudos feitos, ao longo de anos, para tentar perceber quem se expressa mais por palavras ditas até porque a perceção – errada ou não – é de que são as mulheres que são as mais "palavrosas".

As várias pesquisas percorrem muitas áreas de estudo incluindo a linguística já que, segundo peritos deste território científico, também o tipo de palavras ditas por mulheres e por homens são diferentes.


Parece tudo um pouco inconclusivo uma vez que há pesquisas que apontam para um dos géneros e outras para o outro género. Também vários estudiosos desta matéria acreditam que existe alguma falta de sustento científico em muitos dos ensaios e das análises o que, consequentemente, resulta em falhas nas suas conclusões.

Mais recentemente um estudo juntou várias pesquisas e diz que algumas delas partem do facto de se estereotipar homens e mulheres, de se dizer que são de diferentes “planetas” e de se partir do princípio que o tipo de comunicação de uma mulher é diferente da de um homem. Alguns desses estereótipos são:

- As mulheres falam mais do que os homens
- A comunicação é mais importante para as mulheres do que para os homens
- Os homens falam para fazer as coisas; as mulheres falam para fazer conexões emocionais
- Os homens falam de coisas; as mulheres falam de pessoas, relacionamentos e sentimentos
- Os homens usam a linguagem para informar, preservar a independência e competir para manter o status, enquanto as mulheres usam a linguagem para aprimorar a cooperação, refletindo a sua preferência pela igualdade e harmonia.




Ora devemos pensar nas pessoas como indivíduos, diz Deborah Tannen, e não como categoria “mulher” e categoria “homem”. E nessa medida depende da personalidade do indivíduo e do ambiente em que se encontra e ainda do estatuto que possui num determinado grupo para falar mais ou menos.


Nesta revisão de mais de 50 estudos, a linguísta Deborah James e a psicóloga Janice Drakich encontraram apenas 2 estudos que mostram que as mulheres falam mais do que os homens e 34 estudos que concluem que os homens falam mais do que as mulheres. Outros 16 dizem que as mulheres e os homens falam o mesmo e 4 não encontraram um padrão claro.

Parece, portanto, que nem as mulheres falam mais, nem os homens. Serão as suas personalidades, os ambientes onde estão e ainda o estatuto que cada individuo tem no grupo, na comunidade e na sociedade que definem quão falador é cada um!




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