Cyberbullying aumentou com a pandemia e a maioria dos agressores mostrou-se indiferente

29,4% DOS AGRESSORES MOSTRARAM-SE INDIFERENTES AO SOFRIMENTO CAUSADO

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Partilha de fotografias íntimas, insultos ou ameaças na internet. O Cyberbullying é uma realidade e está a aumentar com a pandemia, segundo um estudo realizado pelo ISCTE.

Durante os meses de confinamento - março a maio - mais de 60% dos estudantes portugueses foram vítima de cyberbullying. “Milhões de crianças e jovens ficaram afetadas pelo fecho de escolas durante o confinamento, passando a ter aulas e a socializar mais online, deixando-as mais vulneráveis e expostas a serem vítimas de cyberbullying” explica Raquel António, investigadora do ISCTE e responsável pelo estudo, ao Público.



No estudo participaram 485 alunos do ensino básico, secundário e superior de todos os distritos do país. E os resultados mostram que os estudantes LGBTI e com rendimentos familiares mais baixos foram os principais alvos de ataques.


O que mais surpreende neste estudo são as respostas dos autores dos ataques. 41% dos participantes deste estudo admitiram já terem agredido alguém online e 29,4% mostraram-se indiferentes ao sofrimento causado e 9,1% declararam mesmo ter sentido alegria. Apenas 16% admitiram sentir culpa.

E a razão que os levou a praticar cyberbullying? “Por brincadeira”, confessaram 41,1% dos inquiridos. 23,9% disseram que foi por vingança e 10,2% fizeram-no para se afirmarem perante os colegas.

O estudo alerta para a criação de medidas que permitem aumentar nos jovens a consciência “de que aquilo que eles escrevem nas redes sociais tem impacto nos outros”.

“É necessária uma cultura de promoção de empatia e de denúncia de conteúdo abusivo para prevenir situações de bullying online” conclui Raquel António.



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