O muro de Berlim foi derrubado há 33 anos e o mundo parecia mudar

NA NOITE DE 9 DE NOVEMBRO DE 1989, O MURO DE BERLIM COMEÇOU A SER DESTRUÍDO, DEPOIS DE 28 ANOS A SEPARAR DOIS “MUNDOS”

Ana Margarida Oliveira
Ana Margarida Oliveira


Há acontecimentos que nos marcam e o assunto “muro de Berlim” é, sem dúvida, um deles. Marca a razão da sua construção e marca a razão da sua destruição.


Quando se imagina uma cidade dividida ao meio com um muro, com regimes políticos opostos em cada um dos lados, famílias separadas e proibidas de sair para o resto do mundo não comunista, percebe-se a alegria e a felicidade no dia em que o muro foi derrubado e destruído.


O Muro de Berlim foi construído, durante a Guerra Fria, pela Alemanha Oriental, a comunista República Democrática Alemã, e durante 28 anos separou esta cidade ao meio. Também a Alemanha estava dividida em duas, a RDA e a República Federal Alemã. Este muro era também o símbolo da divisão do mundo em dois blocos: a Europa Ocidental e o Bloco de Leste, a conhecida “cortina de ferro”.

O muro de Berlim separou muitas famílias alemãs.



O muro começou a ser construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, com 66,5 quilómetros de gradeamento, cerca de 300 torres de observação, mais de 100 redes eletrificadas com alarme e pistas de corrida para cães de guarda. O muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental, RDA, com ordens para matar os que tentassem escapar.



Com mais de 140 quilómetros de comprimento, em junho de 1962, foi construída uma segunda cerca paralela.
As casas que existiam entre a parede e as cercas foram destruídas e os moradores colocados em outros lugares, dando assim origem a uma faixa que, mais tarde, ficou conhecida como a "faixa da morte".

Esta zona tinha areia para que se detetassem pegadas, era também um campo mais aberto que permitia atirar com maior precisão e ainda facilitava a pesquisa da polícia pelos guardas que podiam não cumprir a tarefa de não deixar atravessar o muro.



Esta primeira cerca em bloco foi construída em 1961.

Entre 1962 e 1965, a cerca de arame foi reforçada.

Entre 1965 e 1975, foi construído um muro real, de betão, e depois a Grenzmauer 75, desde 1975 até 1989, data da sua destrição.



O topo do muro era revestido por um cano liso para impedir a subida. Ao longo do muro, havia arame farpado e “canteiros de pregos” a que se chamava “tapete de Estaline.”

Não existem números exatos, porque a RDA não fornecia informações sobre incidentes que ocorriam na zona do Muro de Berlim como sobre todos os incidentes fronteiriços.


A primeira vítima morta a tiro foi Günter Litfin, baleado pela polícia dia 24 de agosto de 1961, ao tentar saltar o muro, junto da estação Friedrichstraße. No dia 17 de agosto de 1962, Peter Fechter morreu no chamado “corredor da morte”, à vista de jornalistas ocidentais, e ficou, por isso, a vítima mais famosa.

A última morte foi a de Winfried Freudenberg, no dia 8 de março de 1989, oito meses antes da queda do muro.



Pensa-se que cerca de 75 000 pessoas foram acusadas de desertarem da RDA, ou seja, de tentarem fugir para o lado ocidental.


“Desertar” era considerado um crime naquele lado da Alemanha e punido por lei. Havia ainda os “Fluchthelfer”, os que ajudavam os cidadãos a fugir de Berlim Oriental para a zona ocidental da cidade.

Até 2004, decorreram vários processos judiciais do "Schiessbefehl", a obrigatoriedade de atirar a matar sobre todos aqueles que tentavam fugir para Berlim Ocidental.



No dia 9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim foi derrubado e a Alemanha passou a ser um só país e Berlim, uma só cidade, e o mundo parecia mudar...




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