Na manhã deste domingo, aconteceu a procissão da Rainha Santa, em Coimbra, o que levou muitos habitantes às ruas para assistir.


A cerimónia religiosa contou, entre outros elementos, com quatro cavalos montados pela Guarda Nacional Republicana. Só que no momento em que os animais estavam a subir uma das rampas do percurso, no início da procissão e junto à Igreja de Santa Cruz, dois deles escorregaram e caíram.


Rapidamente, muitas pessoas ergueram os seus telemóveis para gravar o momento em que os cavalos tentavam subir a rampa e, sucessivamente, escorregavam e caiam uma e outra vez. Houve até pessoas do público que foram em auxílio dos animais e tentaram ajudar os elementos da Guarda Nacional Republicana.


Os vídeos foram parar às redes sociais e gerou-se uma grande onda de indignação.


A Animal Save & Care Portugal, uma organização sem fins lucrativos, partilhou um dos vídeos e criticou a "Câmara Municipal de Coimbra" que "deveria ser chamada à razão e comprometer-se a nunca mais obrigar cavalos a desfilar pelas suas ruas apenas para diversão do povo, ainda mais num piso extremamente perigoso para eles". A mesma organização terminou a publicação escrevendo que "os cavalos não são ornamentos, não são objectos de entretenimento".


Seguiram-se muitos comentários de utilizadores indignados e chocados com a situação. Leu-se, na caixa de comentários, que é "desumano", uma "tristeza" e ainda "não há palavras".



Outra organização sem fins lucrativos, a Coimbra Animal Save, que, na semana passada, criticou também uma tradição em Monforte da Beira, onde cavalos são obrigados a saltar entre fogueiras, recorreu ao Instagram para escrever que "as imagens são inacreditáveis" e que existe "exploração mais uma vez em nome da religião."



Perante a polémica que se gerou, de acordo com a TVI/CNN Portugal, a Câmara Municipal de Coimbra rejeitou responsabilidades, dizendo que "apesar do evento estar ligado às festas da cidade, nada tem a ver com os atos religiosos" e a Confraria Rainha Santa Isabel, que organizou o evento, justificou-se com "todos os anos, é colocado naquele espaço uma passadeira" e que "este ano não foi colocada, mas desconhecem 'os motivos' e é uma 'situação à qual são alheios'".


A TVI/CNN Portugal pediu também esclarecimentos à GNR, que explicou que "durante o deslocamento, ainda apeado, para o local do início da procissão, os últimos dois cavalos tiveram dificuldades a subir a rua em virtude de ter um piso vidrado, provocando desta forma a falta de aderência entre os solípedes e o solo. O terceiro cavalo conseguiu subir a rua, contudo, o quarto e último cavalo não o conseguiu fazer, tendo caído durante o deslocamento. No seguimento da ação, o cavalo conseguiu sair por si mesmo depois de terem sido colocados tecidos no chão para garantir a aderência e permitir a sua saída".


A Guarda Nacional Republicana garantiu ainda que "ambos os cavalos foram observados pelo serviço de medicina veterinária da Guarda, encontrando-se bem e sem problemas de saúde".


(Imagens: Reprodução de vídeo)