És daqueles que compra raspadinhas à espera de algum dinheiro extra, mas acabas por só gastar dinheiro? E se, por um mero acaso, a raspadinha que escolheste na papelaria estava, afinal, premiada?


É verdade que acontece a poucos, mas a sorte bateu à porta de uma mulher que vive em Barcelos.


A portuguesa decidiu apostar 10 euros numa raspadinha e ganhou, no final das contas, 500 mil euros!


Só que aquilo que não estava à espera era que, passado um ano, ainda não tenha recebido o dinheiro. E porquê?


Tudo por uma mera distração da funcionária da papelaria onde Maria Conceição foi validar a raspadinha. Assim que a apostadora pediu para ver se o cartão tinha prémio, a funcionária, num ato irrefletido, rasgou o bilhete premiado.



A história foi contada pela própria, em declarações exclusivas à CNN Portugal, que revelou que não reparou que a sua raspadinha tinha prémio e, por isso, pediu à funcionária para confirmar na máquina.


A mesma funcionária revelou, ao mesmo canal, que "foi assustador" o momento em que se apercebeu de que tinha rasgado, injustamente, uma raspadinha premiada. E justificou a sua atitude dizendo que verificou a raspadinha "por descargo de consciência" e o "instinto foi rasgar logo".


A apostadora premiada contou que, na papelaria, se ouviu a "máquina a cantar primeiro antes de se rasgar a raspadinha" e, por isso, "o dinheiro é meu".


A polícia foi chamada ao local e levantou-se um auto, sendo que a funcionária admitiu o erro e prestou o seu depoimento, dizendo que não danificou o código de barras e que a raspadinha ficou registada no sistema informático dos Jogos Santa Casa.


O problema é que a instituição recusa reconhecer e justifica o não direito ao prémio com o regulamento do concurso, que, de acordo com o Jornal de Notícias, "prevê o pagamento dos prémios no momento da sua apresentação, desde que as raspadinhas sejam legíveis e não se encontrem deterioradas, mutiladas ou alteradas".


No entanto, o boletim premiado respeita todos os requisitos, uma vez que o rasgão foi feito, de acordo com a CNN Portugal, após a validação do prémio.


Ao que parece, a falha está do lado do mediador dos Jogos Santa Casa, ou seja, no estabelecimento de Barcelos, que é um "intermediário da Santa Casa" certificado pela instituição.


Só que a instituição respondeu a um e-mail da CNN Portugal justificando que os "mediadores dos jogos sociais são representantes dos apostadores junto da Santa Casa, não podendo ser imputadas quaisquer responsabilidades à instituição pela sua atuação".


O processo já seguiu para tribunal e a mulher premiada espera, um dia, reaver o dinheiro que ganhou.