Que o inverno seja frio não é propriamente uma novidade para ninguém. Mas que o inverno seja de frio extremo, numa altura em que se prevê o aumento do preço da eletricidade e gás, é que já é pouco animador.
E este inverno será isso mesmo: de frio extremo e com o preço da eletricidade e gás mais alto do que nunca. Portanto, só nos resta uma solução: cobertores e mais cobertores.
O diretor do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas Copernicus, Carlo Buontempo, explica à Euronews que "enquanto a temperatura está a subir em todo o mundo, a Ásia Central permanecerá fria por enquanto. Assim que começarmos a ter as zonas orientais frias, este ar siberiano deslocar-se-á sobre a Europa e fará a temperatura baixar - esse é o risco que enfrentamos especialmente no início do inverno".
E tudo por causa do fenómeno La Niña, o poderoso padrão climático influenciado por temperaturas mais frias sobre o oceano pacífico, que é sentido de forma diferente em cada continente. Por exemplo, na Austrália vão registar-se das condições mais húmidas de sempre; nas partes ocidentais da América do Norte está a ser vivida uma seca sem precedentes e para a Europa o impacto do "La Niña" pode significar tempo extremamente frio.
E o previsto é que estas condições severas venham a piorar de ano para ano. O perito em meteorologia, Dave Throup, diz à Euronews que "vamos ver estes extremos e estes extremos vão certamente piorar ao longo das nossas vidas. Vamos ter de nos habituar a que as coisas se tornem consideravelmente mais severas".
Prever o tempo tem sempre uma margem de erro, porque pode mudar facilmente. Mas para já os dados existentes não são nada animadores.