Os últimos anos e, principalmente, meses têm sido exigentes e de muito trabalho para Maro!


A sua carreira já estava consolidada quando concorreu ao Festival da Canção, este ano, e a sua vitória e posterior participação no concurso internacional fez com que chegasse a milhares de pessoas.


A sua agenda encheu-se de concertos e de compromissos tal foi o sucesso que alcançou, mas Maro decidiu agora clicar no botão de pausa.


Apesar de adorar o que faz, a cantora da música "saudade, saudade", escrita em homenagem ao seu avó que morreu em 2020, está a lidar com um burnout (caracterizado, segundo o site da Cuf, como um "um stress laboral crónico perante o qual a pessoa sente que não tem estratégias para lidar") e ainda não conseguiu fazer o seu luto.


E, por isso, Maro decidiu fazer uma pausa de três semanas das redes sociais e cancelar a sua digressão europeia e todos os concertos que tinha agendados até ao final de este ano.


A cantora recorreu ao seu Instagram para dar conta da sua decisão e justificou-a dizendo que desde que o avô morreu a sua "perceção do mundo desapareceu. E, sem perceber, isso trouxe-me a este lugar estranho, sem esperança e sem brilho onde ainda estou, não importa o que eu faça ou o quanto eu tente".


Apesar de ter continuado a trabalhar, uma vez que lançou um EP, covers, um álbum, participou no Festival da Canção e na Eurovisão, passou pela Europa e pelo Brasil, veio a Portugal para uma digressão e seguiu caminho para a América do Norte, onde deu 10 concertos em 14 dias, Maro sentiu que chegou ao seu limite.



Para a cantora, esta é uma "doença pesada e com pouca vontade de ficar por cá muito mais tempo" e é também "assustador" aquilo que tem vindo a sentir.


Atualmente, Maro ainda se sente "afogada no luto" e afirmou que não teve "tempo para o entender", tendo continuado "zangada com essa perda, com o mundo, com a vida".


Desta forma, a cantora pretende afastar-se dos concertos, mas não totalmente da música. Maro promete que, após três semanas, volta com notícias, tendo agradecido a "todos por estarem aqui e por me apoiarem a cada passo do caminho, fizeram-me continuar a insistir e não desistir".


Em tradução livre para português, pode ler-se na publicação de Maro:


"A primeira vez que vivi o luto foi por volta desta altura do ano, há 2 anos. Descobri que o meu avô faleceu num domingo de 2020. Toda a minha vida mudou.

O que eu pensava de tudo, realmente. A minha perceção do mundo - como eu o conhecia - desapareceu. E, sem me aperceber, isso trouxe-me a este lugar estranho, sem esperança, sem brilho onde ainda estou, não importa o que eu faça ou o quanto me esforce.

Desde então, lancei um EP e outros covers com a NASAYA, trabalhei e (finalmente) lancei um álbum com Blanda, fui ao Festival da Canção (PT), depois fiz uma digressão pela Europa durante 3 semanas, depois Eurovisão, Brasil durante um mês (mais espetáculos e gravações), seguido de uma digressão por Portugal e depois outra digressão na América do Norte, 10 espetáculos em 14 dias, entre outras coisas.

Tantos momentos e memórias incríveis e estou incrivelmente grata por eles. Verdadeiramente!! No entanto, [veio] um esgotamento, uma doença pesada e pouca vontade de ficar por cá muito mais tempo. Assustador, sim.

Ainda não tinha percebido porque é que a vida continuava a ser tão dura. E, recentemente, percebi: afoguei-me em tristeza e nunca parei para a processar, processar a vida em geral. O meu avô partiu e eu não tirei tempo para compreender verdadeiramente. Continuei zangada com essa perda, com o mundo, com a vida enquanto ela continuou.

Tudo isto para dizer... Estou a tirar algum tempo de folga a partir desta sexta-feira e estarei de volta a 7 de Novembro. Infelizmente, não vou fazer a digressão europeia em novembro nem mais espetáculos este ano, mas volto com muita música e notícias emocionantes se estiverem dispostos a ficar até lá.

Obrigado a todos por estarem aqui e por me apoiarem a cada passo do caminho. Fizeram-me continuar a insistir e não desistir. Lembraram-me do meu propósito e, por isso, não consigo agradecer-vos o suficiente."