Luís Franco começou a revelar falta de equilíbrio aos 6 meses e, com o avançar da idade, os médicos perceberam que ele tinha 95% de incapacidade física. Isto poderá ter sido provocado por uma queda da mãe enquanto grávida e por um erro médico, segundo a SIC, no programa Júlia.

Luís é casado há dez anos, pai de uma menina de 7 anos e arranjou emprego na Câmara Municipal de Lagoa. O algarvio sempre trabalhou e gosta dessa independência, bem como do facto de se sentir útil, como outra pessoa qualquer.

De cadeira de rodas elétrica percorre 20 quilómetros, todos os dias. Parte deste percurso passa pela nacional 125, onde já apanhou vários sustos.

“Já passei grandes sustos, [mas] não tenho outra forma de me deslocar”, disse em entrevista à Júlia.

Faz o percurso desta forma porque não tem outra maneira de se deslocar, não tem uma carrinha adaptada, que tanto deseja, para colocar as suas “pernas” como carinhosamente apelida a sua cadeira.

Apesar da sua condição física, Luís tenta ser o mais independente possível, tenta fazer tudo o que tem para fazer, mesmo que geralmente leve mais tempo a concluir.

O lado da estrada em que Luís circula é importante para a sua segurança. Geralmente vai de frente para os carros, mas quando passa por curvas, sem berma, tem de se deslocar no sentido dos carros para tentar não ser “caçado” a qualquer momento.

Recebeu a cadeira elétrica em maio deste ano e já conta com 2474 quilómetros percorridos. Luís deixou claro que nunca vai desistir de trabalhar, a não ser que não lhe deem trabalho. Até ao dia de hoje, o facto de estar numa cadeira nunca o impediu de fazer nada.

O algarvio costuma dizer aos amigos que se partisse agora, não teria ficado nada por fazer. Para Luís Franco a imagem da cadeira são as suas pernas, apesar de as ter, não as pode usar como as outras pessoas. Por isso, para ele, a cadeira são as suas pernas.


(Imagens: reprodução vídeo SIC)