Viver em Lisboa e, na verdade, em muitas outras zonas e regiões portuguesas está a tornar-se impraticável e impossível, para muitos!
As rendas estão a subir, os prédios estão a ser vendidos, as pessoas vêm-se obrigadas a sair de casas alugadas e é difícil encontrar algo, em boas condições e a um preço justo.
Neste impasse e nesta dificuldade, vivem milhares de portugueses e, entre eles, está Rafael Neto, atleta paralímpico, que corre o risco de ficar sem casa para morar.
Com 19 anos e a viver há 14 anos num apartamento arrendado na Ajuda, em Lisboa, o atleta português recebeu a notícia de que o prédio onde vive com os pais foi vendido e que, por isso, tinha duas opções. Essas eram comprar a casa ou pagar uma renda muito mais alta do que a atual, que é cerca de 450 euros por mês.
Perante esse aumento, que, segundo Rafael Neto, em declarações ao Correio da Manhã", é "impossível pagar uma renda na cidade" e é também difícil "pagar a renda que [o proprietário] pedia", a família vê-se obrigada a sair ainda este mês.
A mãe de Rafael Neto ganha, de acordo com o mesmo jornal, "o ordenado mínimo" e o pai "é alfaiate por conta própria". Nas palavras de Maria do Céu, mãe do atleta paralímpico, citada pelo Jornal de Notícias, "é desesperante" não encontrar uma casa, uma vez que só querem uma "que possamos pagar com os rendimentos".
Sem encontrar casa há vários meses, o desespero de família de Rafael Neto, campeão mundial de 100 e 200 metros de atletismo adaptado (cadeira de rodas), foi partilhado por Jorge Pina, ex-atleta paralímpico, nas redes sociais.
O apelo de Jorge Pina frisou que Rafael Neto "já representou Portugal em vários campeonatos do Mundo e da Europa" e que, a partir de 14 de fevereiro, "vai passar à situação de sem-abrigo", pelo que pede ajuda à Câmara Municipal de Lisboa e também se dirige ao Presidente da República.
A luta da família de Rafael Neto, que nasceu com espinha bífida, um problema congénito que lhe paralisa a zona inferior do corpo, prende-se também em encontrar uma casa com acessos, uma vez que o atleta precisa de se movimentar e de circular com a sua cadeira de rodas.
Já há alguns anos que a família concorre "ao programa Habitar Lisboa, de arrendamento apoiado, mas nunca foram selecionados".
O Jornal de Notícias avançou que a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa de Misericórdia vão reunir com a família para tentarem arranjar uma solução.
(Imagens: Reprodução de vídeo)