Numa altura em que o cuidado com a saúde mental é grande e em que as doenças psicológicas são tão faladas, a Universidade de “Southern Denmark”, na Dinamarca, foi adquirindo, ao longo de quatro décadas, quase 10 mil cérebros de pessoas com doenças mentais para fins de investigação científica, de acordo com The Local.
Atualmente, pensa-se que esta universidade alberga a maior coleção de cérebros no mundo, sendo que foi iniciada em 1945 pelo psiquiatra Erik Strömgreelo.
Jesper Vaczy Kragh, um especialista em história da psiquiatria, contou que tudo se “tratava de uma experiência”, onde o objetivo da coleção é “descobrir algo sobre onde as doenças mentais estavam localizadas, ou encontrar respostas nesses cérebros”.
A “coleção” conta com cérebros de pacientes com as mais variadas doenças mentais, desde pacientes com esquizofrenia e bipolaridade, até demência e depressão.
Com a evolução da sociedade e a correspondente consciencialização dos direitos humanos, nomeadamente dos doentes, as adições de cérebros a esta coleção para fins de investigação terminaram em 1982.
O ex-chefe da Associação de Saúde Mental, Knud Kristensen, diz que "se não for usada [a coleção], não acrescenta nada. Agora que a temos, devemos realmente usá-la", disse, queixando-se da falta de recursos para financiar a investigação.
A neurobiologista Susana Aznar, conclui o pensamento de Kristensen quando diz que os cérebros são únicos e que eles permitem aos cientistas ver os efeitos dos tratamentos modernos.