Sim, cada um com a sua mania, irritação e intolerância… é verdade. As coisas “mais normais do mundo” enervam alguns e as coisas “mais estranhas do mundo” deixam outros tantos indiferentes. Cada um é como cada qual e há que respeitar.

Entretanto, enquanto nos enervamos com as coisas mais insipientes, ou com as mais insólitas, a ciência vai pesquisando as razões que explicam os nossos comportamentos e reações.


Desta vez a pesquisa prendeu-se com as razões que levam pessoas a irritar-se com o som do mastigar de outros.


Foi feito um estudo, no Reino Unido, para tentar apurar porque é que há pessoas que se incomodam bastante com o som da mastigação ou até da respiração dos outros.

Concluiram os resultados que existe, nessas pessoas incomodadas, uma “conexão cerebral hipersensibilizada”. Chama-se misofonia e pode provocar “reações físicas ou emocionais intensas e negativas” a sons que aos outros são insignificantes e aos quais nada ligam. Mastigar, pigarrear, respirar um pouco mais alto, tossir são alguns dos sons que tiram do sério as pessoas que sofrem desta “conexão cerebral hipersensibilizada”.


Diz a Sky News que “o gatilho para pessoas com misofonia são sons orais e a reação pode ir desde uma leve aversão pela situação até à ansiedade, pânico ou até vontade de fugir.” De acordo com o estudo, que foi publicado pelo Journal of Neuroscience, um dos cientistas, Sukhbinder Kumar, afirma que “as nossas descobertas indicam que, para pessoas com misofonia, há uma comunicação anormal entre as regiões do cérebro auditivo e motor.”


Dito isto, se fazes parte do grupo de pessoas que se incomoda – ou se irrita, mesmo – com sons de mastigar, respirar alto, pigarrear ou até tossir dos outros, podes ter esta “conexão cerebral hipersensibilizada” que é mais comum nas mulheres e costuma aparecer por volta dos 12 anos de idade.

Estes mesmos cientistas também se dedicam a estudar terapias para as pessoas com a doença.