É um tema que tem marcado a atualidade dos últimos dias e que tem gerado o caos nas redes sociais.

Muitos se mostraram contra o método desta mãe para acabar com as birras da filha. O que começou como um simples vídeo no Instagram, acabou com uma polémica tal que Joana Mascarenhas, a protagonista desta história, eliminou todas as contas das redes sociais.

Todos sabemos - pais e não pais - que as birras das crianças conseguem pôr à prova a paciência de qualquer pessoa. E quantos mais métodos para saber lidar com elas, melhor. Só que há métodos e métodos e o de Joana Mascarenhas acabou por gerar muita polémica.


Na passada sexta-feira, Joana Mascarenhas confidenciou num vídeo no Instagram, que já não está disponível, que para acabar com as birras da filha já chegou a mergulhá-la na água fria da piscina e também a dar-lhe um banho de água gelada. "Eu não disse nada, eu nem ameacei. Eu peguei nela e submergi-a na piscina até aqui (coloca a mão no pescoço). Bem, aquilo desconcentrou-a. O cérebro foi para outra coisa, que foi: agora estou com frio", disse no vídeo partilhado. Noutra situação, "eram para aí cinco da manhã e ela estava a chorar outra vez, aos gritos", começa por contextualizar. "Imaginem, num prédio em que se vai ouvir. E eu, ai é? Peguei nela, no pijama e fui para dentro da banheira. Molhei-a toda com água fria. Foi um super remédio santo."



Os vídeos tornaram-se de tal forma virais que não se falou noutra coisa nas redes sociais. As críticas multiplicaram-se e Joana Mascarenhas acabou por apagar a sua conta de Instagram. Depois, vieram as opiniões dos especialistas quanto à eficácia deste método.

Joana Garcia da Fonseca, psicóloga clínica e terapeuta familiar, disse numa entrevista ao Público que esta situação classifica-se como maus-tratos. "A situação exposta publicamente por esta mãe, constitui claramente uma forma de mau trato físico e psicológico, sendo legítima à intervenção da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens territorialmente competente (área de residência da criança) para análise do caso", disse. Aliás, foram muitos os utilizadores do Twitter que garantem já ter feito queixa da mulher à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), à Polícia de Segurança Pública e à Segurança Social.


Joana Garcia da Fonseca diz que o melhor método para lidar com birras é dar mais atenção à criança: "A relação emocional com a criança deve ser promovida, de modo que não sinta tanta necessidade de fazer birra".

Eduardo Sá explica, também no mesmo artigo, que as birras são um medir de forças com os pais e que é importante que estes imponham limites, mas isso não passa por submergir uma criança vestida em água fria. "Não é razoável mergulhar uma criança. É não ter noção dos riscos e das consequências." Além disso, o psicólogo explica ainda que "a criança vai deixar de ter esse comportamento porque vai ter terror da mãe".

Uma das formas que Eduardo Sá aconselha para lidar com uma birra é "ignorá-la até a criança acalmar, ou seja, não lhe dar atenção, mas sempre acautelando que está num local livre de perigo".



(Imagens: Twitter)