Se te deixas passear pelas redes sociais, de certeza que já te cruzaste com imagens das auroras boreais que iluminaram o céu de Portugal, na passada sexta-feira.


Este fenómeno raríssimo em latitudes tão baixas surpreendeu e encantou todos os que puderam observar. Durante alguns minutos, o roxo e o rosa substituíram a penumbra estrelada, proporcionando imagens deslumbrantes, como as captadas na Serra da Estrela pelo fotógrafo Manuel Ferreira e pelo instrutor de snowboard e ski conhecido como Mancha. Estas imagens enfeitaram as redes sociais, mostrando o céu iluminado em tons vibrantes que geralmente são visíveis apenas em regiões próximas aos polos.

O espetáculo da aurora boreal que ‘incendiou’ o céu em todo o mundo, durante três noites, terminou esta segunda-feira, num evento associado a uma tempestade solar histórica que ainda se mantém, mas com menos intensidade. Este fenómeno foi desencadeado por explosões de partículas do Sol, conhecidas como ejeções de massa coronal, que ao atingir a Terra causaram uma forte tempestade geomagnética.

Eric Lagadec, astrofísico do Observatório Côte d'Azur-UCA, explicou à agência France-Presse (AFP) que as explosões solares podem levar vários dias para chegar à Terra e, ao entrar em contacto com o campo magnético terrestre, criam as auroras boreais e austrais. Estas auroras são fenómenos luminosos normalmente observados em latitudes mais altas, como perto do Polo Norte, onde as partículas solares interagem mais intensamente com o campo magnético da Terra.


A tempestade solar não acabou completamente e o fenómeno pode continuar, mas com menos intensidade, concentrando-se mais em direção ao Polo Norte. Quentin Verspieren, que coordena o programa de segurança espacial da ESA (Agência Espacial Europeia), sublinhou à mesma agência que a tempestade "diminuirá gradualmente nos próximos dias" e que há pouca probabilidade de o espetáculo continuar visível a olho nu esta semana.

Por isso, se não tiveste oportunidade de ver as auroras boreais, deixa-te surpreender com estas imagens.