Moeda comemorativa de Camões, sem nariz e sem boca, divide opiniões

Comemoram-se, em 2024, os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Escritor épico, lírico e dramático, Camões é, para muitos, um dos maiores autores de língua portuguesa.

Filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo, terá nascido em 1524 e morreu no dia 10 de junho de 1580. Foi poeta, soldado, amado e desamado, preso, enviado para o desterro, naufragou, sobreviveu e é sobretudo conhecido, para além dos famosos sonetos – como esquecer “Amor é fogo que arde sem se ver…”, ou “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…”? -, pela obra épico-narrativa "Os Lusíadas" que todos estudámos e estudamos, na escola.

A propósito desta comemoração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o Banco de Portugal pôs em circulação uma moeda da autoria do escultor José Aurélio.

Vão ser emitidas "30 mil moedas em cuproníquel, 3000 em prata e 2000 em ouro com o valor facial de 5 euros". De acordo com o Banco de Portugal, a distribuição ao público será efetuada por intermédio das instituições de crédito, das tesourarias do Banco de Portugal e das lojas da Imprensa Nacional-Casa da Moeda. A distribuição ao público será efetuada por intermédio das instituições de crédito, das tesourarias do Banco de Portugal e das lojas da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, explica o Banco de Portugal.

Esta moeda comemorativa está a dividir opiniões porque o rosto de Camões não está definido. O seu autor, José Aurélio, é também o responsável pelo busto em bronze e pedra lioz de Luís de Camões na Assembleia da República.

O escritor Francisco José Viegas disse ao CM que “É uma opção gráfica, mas de mau gosto. Não é digna. Esperava um pouco mais de juízo” e Luís Paixão Martins, consultor em comunicação, disse que “Assim compreende-se melhor a importância que Camões deu à escrita. Não conseguia falar”. A Sociedade Histórica da Independência de Portugal também se mostra crítica do desenho.

Outros defendem que os autores e artistas têm liberdade criativa para construir e desenvolver as suas obras.

É esta a moeda que está a dividir as opiniões.