A longevidade é um objetivo que todos almejamos e pelo qual lutamos - uns mais do que outros, é certo.
A história de María Branyas é uma verdadeira inspiração. Era considerada a pessoa mais velha do mundo, um título que à partida não parece elogioso, mas que é na verdade um verdadeiro privilégio. Afinal, nem todos conseguem chegar aos 117 anos e com saúde, como María.
Nascida em 1907, em São Francisco, Estados Unidos, María viveu uma vida extraordinária, marcada por eventos históricos de enorme impacto. Em 1915, mudou-se para Espanha, onde sobreviveu à pandemia de gripe espanhola, em 1918, às duas guerras mundiais, à Guerra Civil Espanhola e até à pandemia de Covid-19, em 2020, quando já tinha completado 113 anos. A recuperação foi rápida, mais uma prova de sua notável resiliência.
Casou-se, em 1931, com um médico que faleceu aos 72 anos e, juntos, tiveram três filhos, 11 netos e vários bisnetos. A vida de María sempre foi marcada por uma grande saúde! Nunca esteve hospitalizada, nem sofreu fraturas, o que é um grande feito.
Poucos dias antes de falecer, expressou com serenidade à família: "Um dia vou partir (...) deixarei de existir neste corpo. Um dia que desconheço, mas que está muito perto, esta longa viagem terminará. A morte encontrar-me-á exausta de ter vivido tanto, mas quero que me encontre sorridente, livre e satisfeita". E assim foi, partiu em paz, a dormir.
María viveu as últimas duas décadas da sua vida no lar de idosos Santa Maria del Tura, em Olot, na Catalunha.
A longevidade de María é de tal forma surpreendente que uma equipa da Universidade de Barcelona decidiu ir estudar o seu ADN. Segundo o diário espanhol ABC, o investigador Manel Esteller expressou a sua surpresa ao deparar-se com as análises de María que revelavam ótimos valores. Com uma grande lucidez e sem qualquer tipo de doenças, María pôs a própria ciência a questionar-se como é que é possível chegar aos 117 anos assim.
Com a sua partida, o título de pessoa mais velha do mundo passa para a japonesa Tomiko Itooka, nascida a 23 de maio de 1908, agora com 116 anos, segundo o Grupo de Pesquisa em Gerontologia (GRG).