Porque é que o passado parece sempre mais feliz do que o presente?

"Bons tempos, antes é que éramos mesmo felizes!" De certeza, que já ouviste esta frase pelo menos uma vez na vida. Seja a falar com os teus avós, a recordarem um passado que termina sempre com um "no meu tempo é que era", com os teus pais, que teimam em recordar apenas as coisas boas, ou mesmo tu com os teus amigos, a recordarem aqueles tempos em que a única preocupação que tinhas era que roupa para levar para a escola para impressionar o João do 10º D, que tinha uns olhos lindos azuis.

Porque é que é tão comum esta ideia de que no passado éramos mais felizes do que no presente? Será que o tempo suaviza as arestas da memória?

Uma possibilidade é que as emoções do passado sejam recordadas de forma mais intensa. Mas, segundo um estudo de 2009 publicado no "Journal of Experimental Psychology: General", o efeito é o oposto. Quando avaliamos uma experiência logo após ocorrer, ela parece mais forte. Com o passar do tempo, a emoção diminui. Por exemplo, vens extasiada, emocionada e muito feliz do casamento da tua melhor amiga. À medida que o tempo passa, apesar da emoção continuar a ser em grande, já não é a mesma coisa.

Outro fator que pode influenciar esta percepção é o tempo. O tempo tende a apagar os pequenos aborrecimentos do passado. O presente está cheio de tarefas, responsabilidades e incertezas. O futuro é uma incógnita, o que pode tornar o agora mais stressante. No entanto, quando olhamos para trás, não nos lembramos das contas para pagar ou dos testes que tínhamos que fazer, mas sim dos momentos bons e significativos.

Portanto, não metas em causa o potencial do presente com as sensações boas do passado. Talvez aquele tempo, em que os teus filhos eram pequenos, não tenham sido assim tão mágicos. Apenas colocaste de parte a privação de sono, a falta de tempo para ti, o lidar com as birras, entre outros.