Pronto, Donald Trump é o 47º presidente dos EUA.
Não sei porque é que acompanho as eleições americanas com tanto afinco. Suponho que seja porque, como levo com cultura americana, eu dou por mim investido no que acontece. No fundo, é só mais uma série. Além disso, claro, é um país enorme e terá repercussões no mundo inteiro.
Não foi a melhor campanha de sempre, mas foi interessante.
Os democratas, que são os azuis, apresentaram um Biden que já não estava todo lá, e depois a meio do jogo substituíram-no pela Kamala Harris (antiga vice presidente), uma senhora com o carisma de um galheteiro que, vá se lá perceber como, não convenceu os americanos.
Já os republicanos apresentaram o Donald Trump, igual a si próprio. Promessas, barulho, insultos, tentativa de homicídio, Elon Musk, controvérsias… enfim, entretenimento ao nível a que nos acostumou. Que é o que as pessoas mais gostam.
A corrida chegou ao fim e Trump, à hora que escrevo isto, já é oficialmente vencedor, apesar de a contagem não ter ainda acabado.
Resta, então, de forma graciosa, dar os parabéns ao vencedor. Aqui vão os parabéns, escritos com o coração.
(Aviso: Isto não é uma mensagem automática. Vem de um sítio 100% honesto e não foi escrita com a ajuda do ChatGPT. Ok, 10% honesto, mas sem ajuda do ChatGPT. Ok, o ChatGPT ajudou. Ok, eu ajudei o ChatGPT.)
Exmo. Presidente Donald Trump,
Espero que esta mensagem o encontre bem, rodeado de todos os troféus de sucesso que colecionou ao longo da sua vida inesquecível, incluindo o novo piercing em forma de bala.
Escrevo-lhe para congratulá-lo pela sua nova presidência, e também por algumas coisas que fez ao longo da sua carreira, por exemplo, quando entrou no filme “Sozinho em casa 2 - Perdido em Nova York”, gostei disso.
Não posso deixar de aplaudir o seu legado, esperando, claro, que se mantenha no novo mandato. Desde o seu compromisso em honrar a verdade — sempre com um toque de imaginação e brilho narrativo, à sua capacidade de, inclusive, dizer algumas frases até ao fim. Não esqueçamos o talento inigualável que tem para inventar países como a “Nambia” (esse país imaginário em África). Só os mais cépticos, não reconhecem o talento que é olhar para um mapa e ver, não o que lá está, mas sim o que nos apetece dizer.
A coragem de abandonar acordos globais foi um passo ousado na sua missão de “Make America Great Again”, eliminando assim, a “preocupação excessiva” com o ambiente que, convenhamos, é muito chata. A sério, ninguém tem paciência para todos aqueles cientistas, “Estamos a destruir o planeta, o planeta não aguenta. Os desastres naturais são cada vez mais dramáticos” . Blá blá bláaaaa.
Outro apontamento de coragem é olhar para factos e dizer “fake news!” ou até apresentar não factos, mas chamar-lhes “factos alternativos”. Sou fã dessa abordagem. Acho engenhoso e talvez um pouco desonesto, mas isso é o que se procura!
Louvo ainda o conhecimento médico que trouxe no passado. A sugestão de injectar luz solar ou até detergente para combater o COVID, foi de génio, e uma contribuição valiosa para a saúde mundial.
Na comunicação, o fascinante trabalho que fez com cada discurso, cada tweet (não sei como se chamam agora, porque aquilo mudou para X. É cada Xeet? Fica cada Xeet), parecia cuidadosamente desenhado para promover a harmonia, entre grupos de diferentes opiniões.
Por último, quero dizer que a forma como agarra as oportunidades é sempre uma inspiração e apenas comparável à forma como agarra as mulheres.
Não falo dos processos na justiça porque, sejamos honestos, está bastante claro que ninguém está interessado neles. São verdade? Não são? O presidente é culpado? Houve fraude? Houve abuso? Houve incitação? Não interessa. O que interessa é que o espectáculo continue.
Cumprimentos
Ouve aqui todos os episódios no Podcast Dudas de un Hombre.