Ninguém as assa como nós, ninguém as come como nós e nenhum peixe cheira como elas!

São as sardinhas!


É à volta do assador, no meio da rua, normalmente, que as vemos a assar e as comemos, nos Santos Populares.

O cheiro, esse, é inigualável e também é indisfarçável.

Quer a quente, no calor da sardinhada, quer a frio, passadas umas horas, é de uma grande intensidade.

A forma de as comermos é simples e só nós o fazemos. E é em cima de uma fatia de pão, à mão, soltando-lhe a pele, com os dedos, que as sardinhas, na verdade, se devem comer!



Porquê em cima do pão?



Tudo poderá ter começado num restaurante na Ribeira, em Lisboa, que servia sardinhas em cima de uma fatia de pão, só que fritas e não assadas.


Por outro lado, até se começar a usar, na Idade Média, uma pequena placa de madeira – “o talhador” – onde se punha a comida, era em cima de pedaços de pão que se comia quer o peixe, quer a carne.


Mais tarde, quando o uso dos pratos se tornou habitual, o povo continuou a comer as suas refeições em cima de fatias ou bocados de pão.


A tradição pode ter-se mantido, por esta razão, no ato de comer as sardinhas assadas.


Qualquer que seja a razão, é em cima de uma fatia de pão que a sardinha se come, em Portugal.