"Alugar casa em Lisboa é mais difícil do que em Nova Iorque", revela estudo

LISBOA FOI CONSIDERADA, POR UM ESTUDO, A TERCEIRA CIDADE MENOS VIÁVEL DO MUNDO PARA SE VIVER

Jéssica Santos
Jéssica Santos


Apesar de ter sido considerada, em julho deste ano, a cidade mais feliz do mundo, Lisboa foi, agora, considerada uma das mais inviáveis do mundo para se viver, segundo a revista norte-americana “Jacobin”. E tudo por causa da especulação imobiliária.


Para perceberes a dimensão do problema, "os custos de habitação em Lisboa são tão elevados que é ainda mais inviável para os inquilinos do que Nova Iorque". Ou seja, alugar uma casa em Lisboa é mais difícil do que em Nova Iorque.

E isto porque quem vive em Lisboa tem que "dedicar de 50 a 60 por cento do seu salário à renda se tiver um emprego bem remunerado", revela o geógrafo Agustín Cocola-Gant à revista, que explica ainda que não pôde contemplar aqueles que recebem o salário mínimo, porque estes nem podem sequer pensar em arrendar casa.



A crescente especulação imobiliária, em Portugal, tem feito com que a população abandone, ao longo dos anos, o centro da cidade. Como a revista refere, a população jovem escolhe viver nos arredores da cidade e os idosos são forçados a sair dos bairros, onde passaram toda a sua vida, para dar lugar a hotéis ou alojamentos locais.


A inflação dos preços dos imóveis deve-se em grande parte, segundo a revista, aos Vistos Gold concedidos a estrangeiros com maior poder de compra. Para isso, os interessados precisam de comprar uma propriedade com um valor mínimo de 500 mil euros. Paralelamente, foi ainda desenvolvido um programa para incentivar investidores europeus a apostarem em Portugal. Estas foram duas medidas para resgatar Portugal da dívida ao Fundo Monetário Internacional e acabou por ter um grande impacto na vida dos portugueses.


"Lisboa tornou-se a cidade it girl para turistas, nómadas digitais e start-ups. Madonna e Michael Fassbender mudaram-se e os proprietários locais e investidores estrangeiros perceberam", lê-se.


Só os salários dos portugueses é que não acompanham esta mudança: mantiveram-se baixos e, tal como explica Agustín Cocola-Gant, "os preços correspondem ao poder do consumo global, não ao local". E, enquanto assim for, anúncios de quartos como este existirão.




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