Criança ucraniana em Guimarães quer como presente de Natal voltar a ver o pai

ROSTIC PEDE, COMO PRESENTE DE NATAL, QUE A GUERRA ACABE PARA PODER VER O PAI E VOLTAR A REUNIR A FAMÍLIA



O Natal é tempo de união, de família, de alegria. Isto não vai ser possível, por exemplo, com os vários ucranianos que estão espalhados pela Europa, na sequência da guerra. Infelizmente, muitas famílias não vão conseguir unir-se e festejar esta quadra.

Na família de Rostic é fácil reparar na tristeza, mas sempre com a cabeça erguida. Este é o primeiro ano longe da Ucrânia, no Natal, e, por isso, o primeiro ano longe do pai. Acolhido em Guimarães, no Lar de Calvos, o menino está de férias da escola e anda vestido com a sua fantasia de rena.


A criança gosta de estar de férias e afirma que o que mais gosta de fazer é jogar futebol, desejando ser futebolista como o Cristiano Ronaldo, quando crescer. Fala ucraniano, inglês, português e russo, mas russo não quer falar, assume.

Falou com O MINHO como porta-voz dos refugiados ucranianos que vivem no lar. Está em Portugal apenas há alguns meses, mas escreve e fala português como se cá tivesse nascido.

Se a criança tivesse de escrever uma carta ao Pai Natal (São Nicolau), teria apenas um pedido, que a paz chegasse e que o pai pudesse estar junto dele, da mãe e do irmão.


Rostic está a dar-se muito bem na escola e já tem muitos amigos. Os seus cadernos de Língua Portuguesa e Matemática estão repletos de certos e “muito bom”. A capa do caderno de Língua Portuguesa, foi desenhada pela criança com o mar a azul e a areia amarela, compondo a bandeira Ucraniana.

Nesta época, o menino de 8 anos sente saudades da neve que caía sempre na sua terra, em Vinnitsa, e das tradições familiares. Os homens da casa compravam a árvore e decoravam-na com estrelas enquanto a mãe cozinhava os bolinhos.


Para as crianças ucranianas tudo começa no Dia de São Nicolau. Enquanto as crianças dormem, os pais colocam prendas e doces nas suas camas para que eles os encontrem quando acordam. A mãe de Rostic garantiu que mesmo não estando na Ucrânia os filhos iam ter algumas surpresas, mesmo que não fosse o habitual.

Para os ortodoxos o nascimento de Cristo é celebrado no dia 7 de janeiro e não no dia 25 de dezembro. Mas não é assim em todo o lado, visto que 30% dos ucranianos são católicos.


Em Calvos, as seis mulheres e as oito crianças são ortodoxas. Para a mãe de Rostic, o acolhimento em Guimarães não poderia ter sido melhor. Alguns jovens seguem o ensino ucraniano online e frequentam algumas disciplinas na escola portuguesa.




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