Prova de aferição de 2.º ano gera polémica por pedir aos alunos que imitem "um sapo cego e uma minhoca"

ALGUMAS PERGUNTAS DA PROVA DE AFERIÇÃO DE EXPRESSÃO PLÁSTICA DO 2.º ANO LEVARAM VÁRIOS PROFESSORES A CONTESTÁ-LAS

Madalena Costa
Madalena Costa


À semelhança daquilo que acontecia há alguns anos, em que as provas de aferição se realizavam no 4.º e no 6.º anos, a partir de 2016, o Ministério da Educação decidiu que os alunos dos 2.º, 5.º e o 8.º anos passariam a fazer essas mesmas provas, tal como contou, na altura, o Observador.


De 2016 até ao momento, são já vários os alunos destes três anos de escolaridade que foram testados nestas provas de aferição.


No entanto, em especial, este ano, a prova de aferição de Expressão Artística do 2.º ano está a dar muito que falar.


Os alunos que a realizaram, esta quinta-feira, tiveram de imitar "os movimentos e sons produzidos por uma minhoca e por um sapo cego", tal como deu conta o site Executive Digest.


Esta pergunta acabou por gerar polémica e uma onda de críticas por parte de vários professores. Exemplo disso mesmo foi uma publicação escrita por uma professora, que o fez no Facebook.


Na rede social, a professora deu alguns "exemplos do que tem pedido o Ministério da Educação nas provas de aferição, 2.° ano". Estes são, de acordo com esta docente:


"Exemplo 1: Alguém sabe imitar o som produzido pela minhoca e pelo sapo cego?? Pois... Os alunos do 2.º ano devem saber, visto ser uma das questões da prova de aferição de Educação Artística. Face a isto, rimos ou choramos?

Exemplo 2: "Atravessar um banco sueco ao contrário (invertido claro!!) de forma quadrúpede".



Além destes exercícios, o site Executive Digest deu conta ainda de outro que "pedia às crianças que fizessem uma escultura em pé, recorrendo a uma folha de papel".


Conta o mesmo site que, "em vários grupos, os docentes consideraram que a insanidade das provas de aferição atingiu todo o seu apogeu e que as perguntas não são adequadas ou em linha com os conteúdos ensinados aos alunos". Houve também quem apelasse a um boicote às provas por parte dos pais, de acordo com o Correio da Manhã.


Por oposição, uma outra professora do 1.º ciclo contrariou as críticas e disse, em declarações ao Correio da Manhã, que a prova foi "interessante" e "muito extensa" para o tempo disponível (uma hora e meia para a parte de expressão dramática e musical e 45 minutos para expressão plástica). Esta docente apenas contestou a "obrigatoriedade de os alunos do 2.º ano fazerem em computador as provas de Matemática, Português e Estudo do Meio, que estão marcadas para junho".


A propósito da obrigatoriedade das provas de aferição, os professores entraram, esta sexta-feira, em greve, com o objetivo de contestá-la, sendo que assim estarão até dia 11 de maio.




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