Marca brasileira é acusada de copiar uniforme usado em campos de concentração nazis

UM NOVO MODELO DE CAMISA E CALÇAS ESTÁ A SER COMPARADO AO UNIFORME UTILIZADO EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO



Entre 1933 e 1945, a Alemanha nazi construiu mais de 40 mil campos de concentração. O objetivo era que servissem como campos para "trabalho escravo, para detenção de pessoas vistas como inimigas do Estado e também como centros de extermínio em massa", tal como escreveu o site Enciclopédia do Holocausto.


Estima-se que mais de 5 milhões de pessoas foram deportadas para os campos de concentração nazi e poucos delas sobreviveram, de acordo com o site DW. Por lá, os deportados vestiam uma camisa e umas calças com riscas cinzentas e azuis e uma etiqueta que dava conta de que se tratava de um "inimigo político", um "criminoso comum", um "emigrante", uma "Testemunha de Jeová", um "homosexual" ou um "cigano".


Esse tipo de uniforme está agora a ser novamente falado e tudo por causa de uma marca brasileira.


A Riachuelo, uma rede de lojas brasileira, lançou um modelo com riscas azuis e brancas e está a ser acusada de se ter inspirado no tipo de roupa utilizado nos campos de concentração.


Uma das críticas que se tornou viral foi de Maria Eugênya, especialista em cultura material e consumo, que defendeu que é necessário uma "aula de História e noção".


Os seus argumentos prenderam-se com o "uso da estética violenta - holocausto, escravidão - para gerar polémica". E frisou "que conhecer a história e a construção de pensamento crítico e preservação da memória faltam a muita gente para que tenham, no mínimo, vergonha em achar isto ok".


Por fim, Maria Eugênya reforçou que isto "é puro cinismo, em que colocam um uso estético acima da memória histórica".



Perante esta e outras críticas a polémica estalou e a Riachuelo decidiu retirar o modelo da loja e do site.


A marca brasileira emitiu, mais tarde, um comunicado, no qual se desculpou pela escolha das cores, que foi "uma infelicidade", e ainda "a todas as pessoas que se sentiram ofendidas por aquilo que o produto possa ter representado".


Por fim, a Riachuelo esclareceu, citada pelo site brasileiro Revista Forum, que, "em nenhum momento, houve a intenção de fazer qualquer alusão a um período histórico que feriu os direitos humanos de tanta gente".


(Imagens: Twitter)




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