A par de Marina Machete, concorrente do Nepal fez história no Miss Universo

A 72.ª edição do concurso Miss Universo contou com a primeira candidata plus-size

Madalena Costa
Madalena Costa


O concurso Miss Universo 2023 escreveu uma nova página da sua história. Este ano, o certame abriu as portas à diversidade e rompeu com padrões de beleza. Houve candidatas plus-size, transgénero (foi o caso de Portugal e da Holanda), casadas e com filhos (foi o exemplo da Miss Colômbia), de qualquer idade.


É uma nova fase de um concurso que, em tempos, foi acusado de objetificar as mulheres.


O deste ano contou com a Miss Portugal, Marina Machete, que já fez correr muita tinta na imprensa e nas redes sociais, e também com Jane Dipika Garret, Miss Nepal.


A 72.ª edição do concurso Miss Universo teve a primeira candidata plus-size. Com 22 anos, Jane Dipika Garret veio de Katmandu, a capital do Nepal, para "representar todas as mulheres", tal como afirmou em declarações ao site Indy100.


Enfermeira de profissão, a nepalesa fez história por não ter vergonha das suas curvas e por ter desfilado com confiança na passarelle do concurso.



À semelhança de Marina Machete, também Jane Dipika Garret causou alguma polémica, uma vez que foi acusada de estar a promover a obesidade. Em resposta a essas críticas, a concorrente afirmou: "Não estou a promover a obesidade ou estilos de vida que não sejam saudáveis, estou a promover o corpo de uma mulher normal".


Além de ser uma defensora da positividade corporal, a nepalesa utiliza as suas redes sociais para falar sobre a Síndrome do Ovário Policístico (SOP), que já a levou a uma depressão.


Em declarações à Hola Magazine, a enfermeira revelou que esta condição faz com que os seus "ovários produzam mais andrógenos, que (...) podem causar vários sintomas, como ganho de peso, menstruação irregular, acne e crescimento excessivo de pêlos".


"É muito fácil ganhar peso. Mesmo se olharmos apenas para uma fatia de bolo, podemos ganhar peso. [Os inimigos estão] apenas a julgar-nos pelas redes sociais. E esse é o problema deles. Não deixo que isso me incomode... A sociedade pode ser muito cruel. As pessoas podem ser muito cruéis", afirmou também.


Apesar dos desafios, a Miss Nepal adota um estilo de vida rigoroso para combater a SOP: "Tento ter um estilo de vida com pouco stresse. Procuro meditar, trabalho a minha saúde mental, alimento-me de forma saudável, faço uma alimentação bem equilibrada. Isso é o que funciona para mim".


"Não precisas de fazer algo parecido com o que uma celebridade faz ou o que uma modelo faz para seres considerada bonita. Acho que o que é mais importante para ti é o que combina contigo, é o que é bonito para ti. Eu acho que é muito importante abraçares quem és e amares quem és e não tentares encaixar no que a sociedade diz ser bonito", acrescentou.


A nepalesa conquistou um lugar no top 20, à semelhança de Marina Machete, na competição que teve como vencedora a Miss Nicarágua, Sheynnis Palacios.



(Imagens: Reuters)




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